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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) edita no sábado em livro o seu primeiro grande trabalho de síntese "O Paradigma Perdido. Vale do Côa e a Arte Paleolítica de Ar Livre em Portugal".
"Este livro faz uma espécie de síntese dos meus trabalhos, com a equipa do Centro Nacional de Arte Rupestre, nos últimos 10 anos, e centra-se na arte paleolítica de ar livre do Vale do Côa, mas também numa meia-dúzia de outros sítios que fomos descobrindo em Portugal, do Sabor ao Guadiana."
A descoberta da arte do Côa "pressupôs a criação de um novo paradigma na arqueologia europeia" porque, ao contrário "do que se pensou durante cerca de um século de investigação de arqueologia rupestre", ela existe abundantemente ao ar livre, e não apenas em grutas, salienta o autor.
O Vale do Côa era um paraíso climático que "facilitava a vida do homem paleolítico, numa era em que toda a Europa estava coberta de grandes glaciares", acabando por provar "que esse homem de então não tratava apenas da arte das trevas", das grutas subterrâneas, "trabalhava igualmente a arte da luz - ao ar livre - com a mesma qualidade que se reconhece nas principais grutas europeias", afirma António Martinho Baptista.
Existem várias teorias, para os porquês de tão artísticos e misteriosos traços no paleolítico, confessa-nos o arqueólogo, como a da "magia simpática", cuja função é "permitir que as caçadas sejam estudadas e posteriormente facilitadas", passando por outras explicações, em que todo o ambiente "é ordenado como uma igreja", até à teoria da arte pela arte "já posta praticamente de lado", diz.
As mais recentes, já neste século, levaram um dia este arqueólogo, em tom de brincadeira, a dizer que o vale do Côa, de acordo com as teses "xamânicas", seria a "primeira sala de chuto em território português".
António Martinho Baptista quer apenas, com "O Paradigma Perdido. Vale do Côa e a Arte Paleolítica de Ar Livre em Portugal", apresentar os dados e as pistas resultantes da sua investigação, porque "é evidente que não temos provas", e das várias teorias existentes para os motivos da arte rupestre, será "no meio que está virtude", explica.
"Toda a arte paleolítica encontra-se nos vales fluviais do nosso interior, onde as margens são em xisto", afirma António Martinho Baptista, para quem as condições de jazida ideais se encontram no interior da península ibérica.
Presentemente, é em Portugal que "existem os melhores sítios de arte paleolítica de ar livre da Europa", e o Vale do Côa é o "pólo central" dessa arte europeia, ao ponto do Governo espanhol ter investido na candidatura do sítio arqueológico de Siega Verde a Património da Humanidade como extensão do Vale do Côa, recorda o arqueólogo.
Os dois mil exemplares desta edição conjunta do PAVC com a Editora Afrontamento, patrocinada pela Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e pela Associação de Municípios do Vale do Côa, vêm fixar uma década de investigação no Côa, mas também "lembrar uma lição que o país deu ao Mundo, quando suspendeu uma barragem para preservar os sítios rupestres", conclui António Martinho Baptista.
Fonte: DYG (18 Dez 2008). Lusa/Fim: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?art
Recorde-se que o Governo tem alegado dificuldades financeiras para a contratação de pessoal técnico, tendo em vista a continuação dos estudos de Miróbriga e a promoção do sítio a nível nacional e internacional. Contudo, questionada pela eurodeputada Ilda Figueiredo, no Parlamento Europeu, a comissária respondeu que "o Programa Operacional Regional (POR) do FEDER (2007-2013) para a região do Alentejo, onde se situa o município de Santiago do Cacém, inclui no seu eixo prioritário 3, sobre conectividade e articulação territorial, disposições passíveis de apoiarem este tipo de operações."
Ainda de acordo com a comissária Danuta Hübner, "assim, os projectos indicados podem ser co-financiados no quadro do referido POR, que prevê ainda uma dotação comunitária indicativa de 33,023 milhões de euros para este tipo de operações".
A eurodeputada do PCP, Ilda Figueiredo, visitou em Julho as ruínas romanas de Miróbriga em Santiago do Cacém, concluindo que aquele sítio "possui um Centro de Acolhimento e Interpretação onde está patente uma exposição permanente sobre o local, e onde, de vez em quando, trabalha um ou outro arqueólogo, mas cujas instalações têm condições para acolher mais especialistas e técnicos".
Ilda Figueiredo questionou ainda a Comissária sobre os programas que podem ser utilizados para apoiar e promover a divulgação deste sítio e das suas ligações a outras regiões e culturas, visando também o intercâmbio cultural e o desenvolvimento e progresso da região.
A esta questão, a Comissária Europeia Danuta Hübner esclareceu que "o programa transfronteiriço entre Espanha e Portugal para o período de 2007-2013, pode ajudar o desenvolvimento de Miróbriga em Santiago do Cacém, caso esteja previsto um projecto de cooperação com outros parceiros espanhóis e portugueses abrangidos pela área de eleição do programa, sobretudo no âmbito das actividades relacionadas com a promoção e o desenvolvimento cultural, e esse projecto seja incluído nas prioridades do programa, elegível para financiamento."
Acrescentou ainda a Comissária Europeia para a Política Regional que "o Alentejo Litoral, a que pertence Santiago do Cacém, é a única área adjacente elegível para este programa, e por, isso, a sua elegibilidade para projectos está sujeita a condições especiais de interesse para a zona fronteiriça".
O Município presidido por Vítor Proença alerta que está "empenhado em chegar a acordo com a Direcção Regional de Cultura do Alentejo para valorizar as Ruínas Romanas de Miróbriga. Os termos do protocolo estão neste momento a ser elaborados. Face às respostas da Comissária Europeia, a Câmara Municipal considera que as declarações de Danuta Hübner são demonstrativas que o Ministério da Cultura pode avançar com candidaturas e financiamentos comunitários através do Programa Operacional do Alentejo", resume a autarquia alentejana.
Fonte: (18 Dez 2008): Diário do Sul: http://diariodosul.com.pt/index.php/noti
A Câmara Municipal de Abrantes assinou um protocolo de colaboração com a Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRC-LVT) para a realização de obras no troço da muralha do castelo que está em risco de ruína eminente. A Câmara será a dona da obra, e já assinou o contrato de adjudicação para a primeira fase, o escoramento do troço da muralha onde foram descobertas fissuras, uma intervenção classificada de “urgente”.
Numa segunda fase, a elaboração do projecto de reconstrução da muralha e o acompanhamento técnico dos trabalhos serão assegurados pela DRC-LVT. A cedência num troço da muralha foi detectada há cerca de dois meses pelo arqueólogo municipal. Na semana passada, e depois de uma visita ao local, os técnicos da autarquia isolaram de imediato a zona para eliminar o risco de acidentes.
A autarquia acordou com a DRC dividir as despesas de investimento inicial, que se cifram em 80 mil euros.
Fonte: (19 Dez 2008). O Ribatejo: http://www.oribatejo.pt/index.php?lop=co
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