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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Está concluída a primeira fase de intervenção no Mosteiro de Castro de Avelãs, em Bragança, um dos monumentos mais emblemáticos do Nordeste Transmontano. As obras e as escavações arqueológicas revelaram um conjunto de construções pertencentes às várias alas e ao claustro do mosteiro, classificado como monumento nacional, bem como um conjunto de peças que remetem para a vivência monástica dos períodos medieval e moderno.
A intervenção naquele que é o único mosteiro beneditino, com origem medieval, que existe em Trás-os-Montes custou 300 mil euros, dos quais 75% fundos comunitários. O Mosteiro de Castro de Avelãs é o único construído com tijolo em toda a região Norte, mas não sofria qualquer intervenção há mais de 30 anos, apesar de apresentar em avançado estado de degradação no interior e no exterior do edifício principal, com problemas na cobertura e infiltrações de vária ordem. A igreja e a Casa Paroquial apresentavam problemas, sendo que a última ameaçava ruir.
Durante uma apresentação pública das obras realizadas, Paulo Amaral, arqueólogo do IGESPAR, explicou que a intervenção realizada ao nível da cobertura e reparação de rebocos, foi uma obra de manutenção que permitiu melhorar o aspecto do edifício, mas não é suficiente. Aquele responsável, defendeu a realização de uma Plano de Pormenor para toda a aldeia de Castro de Avelãs, uma vez que a localidade dispõe de património arquitectónico interessante.
Para o futuro propõe-se uma gestão integrada do património e a criação de redes de divulgação, uma local, que apostaria na arquitectura em tijolo, integrando o Mosteiro de Castro de Avelãs e várias igrejas de Bragança. Por outro lado, far-se-ia a aposta numa rede mais alargada criando uma Rota do Património Medieval no distrito.
Fonte: Lopes, Glória (20 Abri 2008): Jornal de Notícias: http://jn.sapo.pt/2008/04/19/norte/obras
"Neste contexto, o lançamento do centro interpretativo em Monte Padrão será certamente um excelente `upgrade` para a candidatura", acrescentou.
Castro Fernandes disse que o castro de Monte Padrão tem sido procurado sobretudo por especialistas e grupos escolares e manifestou a esperança de que, com a construção do centro interpretativo, passe a atrair também o público em geral, "com reflexos positivos também ao nível do fomento turístico".
O centro interpretativo custou 500 mil euros, dos quais 300 mil foram suportados pelos cofres da autarquia e o restante por fundos do Plano Operacional Regional - Área da Cultura.
A estrutura integra uma sala de serviços educativos, com equipamento multimédia, um espaço de exposição permanente, área de recolha de materiais, salas de restauro e de apoio administrativo.
O castro de Monte Padrão foi classificado monumento nacional em Junho de 1910 e as primeiras escavações no local ocorreram 40 anos depois.
"É, no entanto, a partir de 1980 que se intensificam acções com o propósito de promover a protecção, estudo e valorização da estação arqueológica", esclareceu fonte autárquica, em comunicado.
A mais antiga ocupação no Monte Padrão reporta-se ao Bronze Final, período cronológico a que, genericamente, corresponde o período de formação da cultura castreja.
Os indicadores que revelam a ocupação do povoado neste período consistem num conjunto de cerâmicas datáveis dos séculos IX/VII antes de Cristo e em alguns instrumentos líticos como mós de cela, machados de pedra polida e lâminas de sílex.
Na época romana a estrutura do povoado viria a sofrer profundas alterações motivadas por uma intensa ocupação entre os séculos I e IV.
Este momento de ocupação conserva um conjunto arquitectónico formado por uma área residencial com várias domus, com pátio central lajeado, e outros edifícios de características diversas.
A secretária de Estado da Cultura, Paula Fernandes dos Santos, preside à inauguração do centro interpretativo, numa cerimónia marcada para o final da tarde de hoje.
Fonte: JGJ (20 Abr 2008). LUSA: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?art
A Câmara de Portimão «comemorou» o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios deixando o construtor de uma moradia entulhar um sítio pré-histórico classificado, em Alcalar, denunciaram os arqueólogos Rui Parreira e Elena Móran, autores de trabalhos de investigação sobre o Povoado Calcolítico de Alcalar.
Os investigadores consideram mesma esta uma «forma curiosa», de proteger a área envolvente de uma moradia em construção no perímetro do Povoado Calcolítico de Alcalar, cujo edital de classificação (proposta como Monumento Nacional, atendendo à relevância histórica deste património) foi recentemente publicitado, tal como o semanário «barlavento» deu conta na sua última edição.
O caso tem a ver com uma moradia que está a ser construída na zona, aproveitando a ruína de uma antiga casa rural.
A obra , situada em pleno povoado calcolítico de Alcalar, foi licenciada com apertadas condicionantes patrimoniais, que obrigavam a uma intervenção de arqueologia preventiva.
De tal forma que os antigos proprietários acabaram por vender o terreno, sem que o Instituto do Património ou a Câmara Municipal de Portimão se disponibilizassem a exercer o seu direito de preferência na aquisição.
Os novos proprietários promoveram a demolição da ruína da casa rural até à cota de soleira (sem escavação) e a nova construção foi levantada em aterrro (com o embasamento da construção coincidente com a construção antiga e apoiado sobre o seu antigo pavimento), com compactação mas sem alicerces escavados no terreno.
Sendo assim, a cota de soleira da nova moradia ficou cerca de 80 centímetros elevada em relação à anterior, sem causar danos para o património arqueológico, designadamente para as numerosas pré existências do 3º milénio antes de Cristo.
Segundo Rui Parreira e Elena Móran, estas operações foram efectuadas «com o devido acompanhamento arqueológico e mediante autorização concedida pela autarquia para que a cota de soleira da moradia e da área mais imediatamente envolvente pudesse ser alteada, mantendo a mesma implantação planimétrica».
Está igualmente assegurado que «as ligações das diversas infraestruturas às respectivas redes públicas se façam com o devido acompanhamento arqueológico».
Só que, numa recente reviravolta nestes procedimentos cautelares, os arqueólogos responsáveis pela investigações sistemáticas realizadas no sítio, constataram, «com surpresa e raiva», esta sexta-feira, 18 de Maio, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que o empreiteiro procedeu, durante a semana, à deposição de entulhos (terra, pedras, lixo...) sobre mais de metade da superfície da propriedade rural, numa área com cerca de 50 por 50 metros, «sem que nem a fiscalização, nem a área de património cultural da Autarquia tivessem impedido esta acção».
Os arqueólogos sublinham que «a ocultação da superfície do terreno por baixo de um espesso depósito de entulhos inviabiliza praticamente um futuro alargamento da área já escavada nesta parcela».
Mas, em contrapartida, «abre a possibilidade de os futuros usuários da nova moradia poderem implantar uma área agradavelmente ajardinada, sem quaisquer contingências do ponto de vista da arqueologia, dado que o espesso manto de entulhos lhes assegura a almejada tranquilidade relativamente aos «fundamentalistas» do património...»
«Curiosa forma de proteger o património arqueológico, perante a extraordinária inoperância, dos serviços autárquicos! Será falta de vontade? Ou é só desleixo?», interrogam ainda Rui Parreira e Elena Móran.
O local onde mais este atentado ao património se deu «vem sendo estudado sistematicamente desde há cerca de 11 anos» por uma equipa internacional de arqueólogos, com prospecções geofísicas, escavações e estudos especializados no campo das arqueociências.
Revelou «um vasto espaço habitacional directamente relacionado com a conhecida necrópole megalítica de Alcalar, cujos túmulos monumentais, dispondo já de um centro interpretativo, integra uma selecta e recentemente constituída rede europeia de sítios megalíticos, juntamente com Stonehenge, Avebury, os monumentos do Vale do Boinne (como Newgrange) e os alinhamentos de Carnac, entre outros», acrescentam os arqueólogos.
Uma importância internacional que tornam o entulhamento das estruturas arqueológicas feito na semana passada ainda mais grave.
O presidente da Câmara de Portimão Manuel da Luz cumpre hoje o seu segundo dia de «presidência aberta» na freguesia da Mexilhoeira Grande, onde se encontra o complexo megalítico de Alcalar.
Fonte: Rodrigues, Elisabete (19 Abr 2008). O Barlavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.ph
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