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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
A sala da numismática exibe mais de quatro mil moedas, romanas, muçulmanas, da monarquia portuguesa, bem como moedas internacionais de mais de 40 países.
Depois de um mês e meio de trabalho árduo, dedicado à limpeza, manutenção do edifício, e selecção do acervo a expor, o Museu Municipal de Lagos Dr. José Formosinho volta a abrir as suas portas, este sábado.
«Fizemos a recuperação de algum material, selecção do acervo em exposição, porque havia acervo que, da perspectiva da museologia, não tinha cabimento para exposição. Foi como lavar a cara», contou António Carrilho, que, desde 2003, é o conservador deste museu municipal.
Nesta última semana, o museu conheceu um rebuliço sem igual, com arrumações para cá e para lá, tentando aproveitar o pouco espaço existente para mostrar ao público a imensidão das suas colecções.
Prepara-se para receber, como exposição definitiva, a mostra «Barcos Tradicionais Portugueses de Arez Viegas», oferecida pelo autor à Câmara de Lagos.
Desde a sua fundação, a 23 de Agosto de 1930, por decisão camarária e empenho de José Formosinho, nomeado conservador «sem direito a qualquer remuneração», o museu começou a ganhar forma.
Logo se iniciaram os trabalhos de instalação do Museu na sacristia da Igreja de Santo António, sendo que, um ano depois, foi criado o Núcleo de Arte Sacra.
Ainda nos anos 30, começou o início da expansão do Museu pelo casario circundante à Igreja de Santo António, tendo sido criados os Núcleos de Arqueologia, de Numismática e de um pequeno núcleo Etnográfico.
Hoje em dia, este é um museu multidisciplinar, com um riquíssimo espólio, que, além da etnografia, numismática e arqueologia, tem secções dedicadas à mineralogia, geologia, paleontologia, história de Lagos, arte sacra, bem como uma sala de curiosidades, alimentada pelas doações dos lacobrigenses.
Mas será talvez a secção de arqueologia uma das mais ricas e importantes do seu espólio.
«Foi muito importante para o início da história da fundação do museu. Nunca a podemos desligar do seu fundador José Formosinho. Estudou em Coimbra, sempre foi um curioso por história e arqueologia. Aprendeu numismática com José Leite Vasconcelos, fundador do Museu Nacional de Arqueologia», contou o conservador do museu.
As peças de arqueologia que compõem o acervo, desde o Paleolítico, passando pelo Neolítico, até à Idade do Ferro e aos romanos, têm uma amplitude regional, muitas delas vieram de outros concelhos como Monchique, Portimão (Alcalar), Faro, Vila do Bispo, Aljezur.
Quem visitar o museu, além de não poder deixar de passar os olhos pela bela Igreja de Santo António, Monumento Nacional desde 1924, e repleta de arte sacra, talha dourada e painéis de azulejos do século XVIII, tem que espreitar a secção de numismática.
Quem se interessa pelo estudo das moedas e da sua história, tem no Museu Dr. Formosinho um local privilegiado.
«São mais de quatro mil moedas. Temos uma importante colecção romana antiga, muçulmana, da monarquia portuguesa, moedas internacionais de mais de 40 países, que continua a ser alimentada pelos visitantes», explicou António Carrilho.
O destaque vai também para a secção dedicada à história de Lagos, onde está em exposição o foral manuelino de 1504.
A partir de sábado, 1 de Março, todos os visitantes poderão conhecer o Museu Dr. José Formosinho, das 9h30 às 12h30 e das 14 às 17h30, por dois euros.
Objectivo é integrar Rede Portuguesa de Museus
Juntamente com mais nove instituições museológicas da região, o Museu Municipal de Lagos Dr. José Formosinho faz parte da Rede de Museus do Algarve. Fundada a 16 de Outubro de 2007, esta rede pretende o desenvolvimento de acções em parceria, que visam o apoio e a cooperação entre os museus da região, promovendo uma valorização real da oferta cultural do Algarve.
Neste momento, o Museu de Lagos está a trabalhar no sentido de reunir todas as condições e documentação para se candidatar à credenciação deste espaço à Rede Portuguesa de Museus.
Exposição sobre Laccobriga até final do ano
Até ao final deste ano, os visitantes poderão conhecer, no Museu Municipal de Lagos, a exposição «Laccobriga - A ocupação romana na baía de Lagos».
A mostra foi «adaptada para este espaço», frisou António Carrilho, conservador do museu, e exibirá os vestígios arqueológicos encontrados nas escavações no Monte Molião e na baía de Lagos.
Em 2009, «Laccobriga» parte para o Museu Nacional de Arqueologia.
Caruncho e peixinhos de prata têm os dias contados
Duas das principais ameaças às madeiras e aos documentos têm os dias contados no Museu Dr. José Formosinho e na Igreja de Santo António, em Lagos.
Isto porque, contou o conservador António Carrilho, o objectivo é «implementar um sistema integrado de controlo de pestes, para a igreja e para o museu, para diagnóstico de parasitas».
Numa primeira fase, será feito um «diagnóstico e monitorização, com recurso a armadilhas», contou o conservador. Assim, os carunchos e os peixinhos de prata, parasitas responsáveis pela destruição das madeiras e documentos, terão os dias contados.
Fonte: Mara Dionísio (1 Mar 2008). Barlavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.ph
Durante anos, foi considerada "terra de ninguém" onde a gestão pública, camarária e estatal, se confundiu no tempo, impedindo a dignidade que era exigida ao principal povoado habitacional (Insulae) descoberto de Bracara Augusta. As ruínas das Carvalheiras passaram sempre ao lado de um projecto museológico, situação que já levou à destruição parcial do espólio arqueológico, que, nas duas últimas décadas, foi objecto de escavações e sondagens levadas a cabo pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, numa acção concertada com o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), através do Museu Regional D. Diogo de Sousa.
Voltar a requalificar aquele quarteirão consubstanciado numa "habitação romana" é o objectivo da Unidade de Arqueologia (UA) da Câmara Municipal de Braga, que, no início deste ano, procedeu a trabalhos de limpeza e reforço da vedação das ruínas que, ironicamente, têm sido alvo, nos últimos anos, de vandalismo e marginalidade.
Projecto museológico
Armandino Cunha, responsável da UA, sustentou, ao JN, a ideia de que "é chegado o momento" de se avançar para a criação da um projecto museológico das ruínas das Carvalheiras", a exemplo do que já foi feito com as termas romanas.
Apesar da Câmara de Braga não ter, oficialmente, a gestão das ruínas das Cavalheiras, conforme fez questão de notar o arqueólogo, os serviços técnicos "iniciaram já estudos para a concretização do projecto museológico", o qual, numa previsão optimista, deverá ficar concluído até finais do próximo mês de Julho (ver caixa). Posteriormente, segundo Armandino Cunha, o estudo será alvo de análise entre as diversas entidades da tutela do património de Bracara Augusta, incluindo o próprio IPPAR, para a aprovação do projecto museológico.
A revitalização das ruínas das Carvalheiras assume-se de especial importância para o roteiro arqueológico da velha cidade romana, cuja intervenção futura, de acordo com Armandino Cunha, "é pensada de forma integrada com os restantes espaços da cidade já visitáveis". A própria Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho vê com bons olhos o projecto das ruínas, onde, desde 1984, desenvolveu um projecto de investigação e sondagem arqueológica.
Fonte: Magalhães Costa (29 Fev 2008). Jornal de Notícias: http://jn.sapo.pt/2008/02/29/norte/ruina
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