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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Terça-feira, 05.02.08

Novos olhares sobre o Neanderthal

 








Imagem: Knut Finstermeier, Instituto Max Planck para a Antropologia Evolucionária. Original da reconstituição do Neanderthal: Reiss Engelhorn Museums, Mannheim.



Os neandertais pareciam relegados ao esquecimento depois de desapareceram dos seus últimos redutos ibéricos, há cerca de 30 mil anos. O Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig tem sido crucial em trazer para a ribalta da ciência este ramo extinto da árvore filogenética humana. Para além do trabalho desenvolvido no âmbito do projecto do genoma Neanderthal, o instituto tem dado outras contribuições inestimáveis para um melhor entendimento dos nossos parentes extintos.
O que se sabe a respeito da aparência dos neandertais deriva da análise e
reconstituição de fósseis. Mas, como cabelo e pele não foram preservados, essa aparência é muitas vezes fruto de conjecturas e extrapolações por parte dos paleontólogos. Um facto deveras curioso, que contraria a imagem que as reconstituições dos Neandertais cimentam, foi anunciado há uns meses nas páginas da Science: algumas populações deste parente do homem moderno terão sido ruivas e de pele clara.
A colaboração de uma equipa do Max Planck com os grupos de Carles Lalueza-Fox na Universidade de Barcelona e Holger Römpler em Harvard, analisou amostras de ADN de dois espécimes descobertos na Europa – um, com cerca de 43 mil anos, encontrado no norte de Espanha; e outro, de 50 mil anos, descoberto em Itália.
Os autores do trabalho identificaram uma
nova variação do gene receptor melanocortina 1(MC1R) nos dois exemplares e, depois de excluirem contaminação, estudaram a actividade da proteína produzida por essa variante em culturas de células humanas. O resultado sugere que a versão neandertal do gene, não encontrada nos humanos modernos, tinha o mesmo efeito na produção de melanina que a versão contemporânea tem.
O MC1R foi identificado por uma equipe de dermatologistas da Universidade de Edimburgo (Escócia) liderada pelo Prof. Jonathan Rees e controla a produção de melanina, ou antes de duas variantes deste polímero, a eumelanina, de cor castanha ou preta, e a feomelanina, com coloração amarela ou avermelhada. A melanina é responsável não só pela coloração da tez como do cabelo: pessoas brancas produzem menos melanina que pessoas morenas; no cabelo preto existe praticamente só eumelanina, enquanto o cabelo ruivo possui quase exclusivamente feomelanina.
Outro gene cuja evolução nos humanos nos permitiu desenvolver uma das nossas características mais únicas, a linguagem, foi igualmente identificado nos neandertais na mesma altura por uma equipa liderada por Svante Pääbo. Em colaboração com Johannes Krause, também do Max Planck em Leipzig, e com a mesma equipa espanhola ( que descobriu dois exemplares Neanderthal na caverna de El Sidron, no norte de Espanha) os cientistas
publicaram na edição de 6 de Novembro da revista Current Biology um artigo que indica que os neandertais partilhavam connosco duas mutações cruciais no gene FOXP2.
O gene está presente em mamíferos e aves, mas a variante humana apresenta duas diferenças cruciais em relação à correspondente em chimpanzés. Sabe-se que o FOXP2 permite, entre outras coisas, o controle neurológico delicado dos músculos da boca, mas muitos outros genes estão envolvidos na nossa capacidade de falar. A nova descoberta sugere, mas não comprova, que os neandertais poderiam falar como os humanos.
«Não existe, no que diz respeito ao FOXP2, razões para pensar que os neandertais não fossem capazes de falar como os humanos. Mas, obviamente, existem muitos outros genes envolvidos na linguagem e na fala», referiu Pääbo.
Embora não seja concludente sobre as capacidades de vocalização dos neandertais, este resultado indica que as mutações «humanas» do FOXP2 acontecerem antes de as linhagens Neanderthal e Sapiens se terem separado terem se separado, há cerca de 370 000 anos.


 









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por noticiasdearqueologia às 22:51

Terça-feira, 05.02.08

Descoberto primeiro forte colonial espanhol na Patagónia



O primeiro forte da Espanha colonial na Patagónia, presumivelmente do século XVIII, foi descoberto por arqueólogos da Universidade de Buenos Aires ao cabo de dois anos de escavações nos arredores da localidade Puerto Deseado, noticia o jornal El Mundo on line.


Segundo declarações dos investigadores do semanário argentino El Orden, a fortificação de pedra, a 1.800 quilómetros ao sul de Buenos Aires, foi construída por homens da Real Companhia Marítima de Espanha que navegaram pelo Atlântico austral, explorando os confins das Américas.


Naquela zona, situada ao sul do Golfo de São Jorge, já em Março de 1520 fizera incursões Fernando de Magalhães, que com a sua frota entrou na ria para escapar a um temporal.


O navegador chamou ao lugar «Baía dos trabalhos forçados» por causa das dificuldades enfrentadas sob o mau tempo.


Em 1586, em 17 de Dezembro, chegou ao local uma frota comandada pelo corsário inglês Thomas Cavendish, integrada pelas naus «Hugh Gallant», «Content» e «"Desiré».


Mais tarde, os navegadores da Real Companhia Marítima de Espanha fixaram-se em terra firme junto da ria e aí construíram o forte. No entanto, após a independência argentina de Espanha em 1810, abandonaram a zona e em 1884 Buenos Aires mandou para a zona um contingente de colonos, sob comando do capitão italiano Antonio Oneto.


Actualmente, Puerto Deseado é uma localidade de 13.000 habitantes, cuja principal atracção turística é a festa nacional da pesca de tubarão.


Fonte: (1 Fev 2008). SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=78462


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por noticiasdearqueologia às 22:48


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