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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
As obras de construção da nova ponte sobre o Nabão revelaram, só numa semana, duas dezenas de enterramentos, datados possivelmente da época medieval. As ossadas foram descobertas ao lado do edifício do Centro de Emprego. Os vestígios mostram os ossos de vários adultos, mas grande número dos esqueletos são também de crianças e até “de um feto”, facto que provocou alguma surpresa junto da arqueóloga Zélia Rodrigues, que está a acompanhar os trabalhos.
O processo de escavação está a ser executado pela empresa Geoarque, que irá ficar no local por um período mínimo de cinco meses. A retirada das ossadas encontradas “é um trabalho moroso”, justifica a responsável. Zélia Rodrigues nota ainda que os vestígios estão “muito bem preservados”. À medida que os trabalhos de arqueologia vão avançando, vão sendo descobertos mais enterramentos, dando cada vez mais certeza aos especialistas que aquela zona foi uma necrópole iniciada no tempo dos Templários e usada ao longo de vários séculos. Ainda hoje mantém-se naquela área o cemitério “velho” da cidade. As sucessivas obras que têm decorrido na zona da Igreja Santa Maria do Olival têm revelado dezenas de achados arqueológicos, sobretudo enterramentos.
In: (10 Dez 2007). O Mirante: http://www.omirante.pt/index.asp?idEdica
Barcos afundados no Tejo, múmias egípcias e uma arca que terá viajado com Vasco da Gama para a Índia são alguns dos artigos que o Laboratório de Radiocarbono do Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN) ajudou a datar através do Carbono 14.
"O teste não provou que a arca viajou com Vasco da Gama mas lá que o objecto é do tempo do navegador, isso sem dúvida", revelou o investigador António Monge Soares à agência Lusa, indicando que este tipo de análise permite desde a datação de artefactos até ao estudo das alterações climáticas.
Segundo António Soares, os estudos sobre o menino do Lapedo - nome pelo qual ficaram conhecidos os restos ósseos de uma criança encontrados no Vale do Lapedo, perto de Leiria - também recorreram à técnica disponibilizada em Portugal exclusivamente pelo Laboratório de Radiocarbono do ITN.
Os principais utilizadores do teste de radiocarbono ou Carbono 14 são os arqueólogos, os geólogos e os oceanógrafos, tendo sido realizadas 2.310 análises desde o segundo semestre de 1986, quando o teste passou a poder ser feito no Instituto Tecnológico e Nuclear.
"Antes disso era necessário enviar as amostras para o estrangeiro, pelo que, até 1986, só havia 64 casos de datação por Carbono 14 em Portugal", contou António Soares, acrescentando que a média anual de testes ronda os 150 nos últimos anos.
A análise através do Carbono 14 permite datar materiais de origem orgânica (fósseis, ossos, conchas, etc) com até 50 mil anos, existindo várias técnicas a que as amostras podem ser submetidas.
"No ITN a amostra é convertida em benzeno mas existem técnicas que a transformam em dióxido de carbono ou em carbono elementar (grafite)", explicou o investigador, que referiu ainda alguns aplicações do teste na Hidrologia Isotópica.
"No caso do aquífero de Aveiro, que tem sedimentos do período Cretácio, o Carbono 14 permitiu determinar a temperatura reinante durante o último máximo glaciar, ou seja, a última vez em que a Terra esteve quase toda coberta de gelo, há 18 mil anos", exemplificou António Monge Soares.
Áreas de estudo como a Paleoclimatologia ou a Paleoceanografia também podem beneficiar com o teste, como explicou o investigador, segundo quem, "através da realização da análise a conchas marinhas é possível determinar a variabilidade do afloramento costeiro ao longo do tempo".
O afloramento costeiro é a vinda à superfície de águas profundas mais frias e mais deficientes em radiocarbono.
Uma vez que a intensidade do afloramento depende do clima (mais especificamente do regime de ventos), ao determinar como é que esse afloramento variou ao longo do tempo, avaliam-se as alterações climáticas.
A análise custa cerca de 300 euros por amostra mas os investigadores que desenvolvam o seu trabalho no âmbito de projectos financiados, nomeadamente pelo Governo ou por autarquias, não têm de pagar este valor do seu bolso.
Aliás, o ITN - que formou o Laboratório de Radiocarbono com subsídios do Instituto Português de Cartografia e Cadastro (IPCC), do Museu de Arqueologia e da Agência Internacional de Energia Atómica - manteve, desde o primeiro governo de António Guterres, um protocolo com o Instituto Português de Arqueologia.
Porém, segundo António Monge Soares, "este terminou há uns três ou quatro anos" e não foi renovado.
In: HSF (10 Dez 2007). RTP 1: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?art
In: António Rosado (13 Dez 2007). As Beiras: http://www.asbeiras.pt/?area=leiria&nume
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