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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...



Domingo, 07.10.07

O forno descoberto em Meimoa, há cerca de um ano, é um lagar de azeite

O que parecia um complexo termal da época romana é afinal uma antiga unidade de produção de azeite. O regresso das escavações arqueológicas a Meimoa, um ano depois da descoberta dos primeiros vestígios, deitou por terra a tese das termas mas não a importância do achado. Em apenas dois meses de trabalho, que no terreno só é possível quando o tempo ajuda, viram a luz do dia mais cerca de 500 metros quadrados de vestígios da época romana, possivelmente dos séculos I ou II antes de Cristo. “E ainda nem sequer terminámos esta zona, ou seja, a parte de produção e armazenamento de azeite ainda não está concluída”, diz a arqueóloga responsável pelos trabalhos.



Silvina Silvério coordenou a equipa com cerca de 15 pessoas que este Verão concentrou as suas atenções em Meimoa, tendo como ponto de partida a descoberta do forno. É daí que surge a hipótese das termas, mas esta desvaneceu-se à medida que os trabalhos avançaram. A suposição de utilização do forno para a produção de cerâmica também foi posta de lado, já que no local não havia vestígios de fragmentos. A descoberta da mó e das estruturas do armazém, onde se encontravam os dolium (grandes vasos semelhantes a potes onde o azeite era conservado), cimentaram a ideia do lagar. A existência do forno explica-se porque já naquele tempo os romanos utilizavam a técnica de prensagem do azeite a quente. No local ainda há muito por desenterrar mas, diz a arqueóloga, “sabemos já onde estão algumas das estruturas”. A área escavada até ao momento é significativa, como provam os vários montes de terra retirados do local, mas ainda há muito por fazer no terreno. Silvina Silvério calcula que a área ocupada pelas estruturas “poderá chegar a um hectare, no mínimo”, não ficando apenas pelo azeite. Próximo do lagar foram detectadas várias mós de menor dimensão, possivelmente para produção de farinha. A alimentação romana tinha como produtos essenciais o trigo, o azeite e o vinho, o que poderá levar à descoberta do elo que falta, relacionado com o vinho.


A arqueóloga acredita que a produção do lagar de azeite podia ter como destino a mão-de-obra que trabalhava nas minas de ouro romanas, que existiam ali perto. Mas só o muito trabalho que há pela frente poderá ajudar a retirar mais algumas conclusões. Com o fim do Verão terminam também os trabalhos no terreno, pelo menos até ao próximo ano. As estruturas estão agora protegidas com telas e foram escavadas valas de drenagem, para evitar que os vestígios fiquem inundados. O sítio arqueológico foi descoberto há cerca de um ano por mero acaso, em terrenos pertencentes a António Cabanas, o vice-presidente da Câmara Municipal de Penamacor.


Enquanto em Meimoa avançam os trabalhos, na vila de Penamacor o momento é de pausa. Pela primeira vez nos últimos anos a zona histórica da sede de concelho- o Cimo de Vila- não assistiu a escavações. A pausa é forçada, segundo explica Silvina Silvério, porque aguarda-se a resposta do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) em relação à segunda fase das escavações, que prevê a continuação dos trabalhos por mais quatro anos.


Logo que haja luz verde (e bom tempo) a arqueóloga pretende avançar com as escavações no mítico Poço D´el Rei, uma estrutura situada a poucos metros da torre de Menagem e que continua a dar azo a diversos mitos. O trabalho desenvolvido no concelho de Penamacor nos últimos anos vai ser dado a conhecer no decorrer da primeira edição das Jornadas do Património Histórico-Cultural e Arqueológico do Distrito de Castelo Branco, que começam esta sexta-feira em Vila de Rei.


In: José Furtado (28 Set 2007). Reconquista: http://www.reconquista.pt/jornal.dll/indartigo?idartigo=25097&idseccao=108

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por noticiasdearqueologia às 00:40

Sábado, 06.10.07

Vila Pouca de Aguiar: Povoado mineiro pode ser património

Um dos maiores e mais importantes complexo mineiros do Império Romano, situado em Tresminas, Vila Pouca de Aguiar, está a ser alvo de escavações arqueológicas que representam mais um passo na candidatura a património mundial da UNESCO.

Estas minas, cujo auge terá ocorrido durante os séculos I e II d.C, seriam, segundo afirmou hoje à Agência Lusa o arqueólogo Carlos Batata, uma das «mais importantes» do Império Romano.


O projecto de investigação «Complexo Mineiro de Tresminas», imóvel classificado como de Interesse Público em 1997 pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), teve início este ano e vai decorrer em cada Verão dos próximos três anos.


O presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias, disse à Lusa que este projecto «é mais um passo para a candidatura das minas romanas a património mundial da UNESCO».


«As escavações vão demonstrar a importância do complexo a nível mundial», afirmou.


O responsável pela investigação, o arqueólogo Carlos Batata, vê em Tresminas a concretização de um sonho, até porque, segundo salientou, «é a primeira vez que em Portugal se está a caracterizar um povoado mineiro da época romana».


Nos últimos 30 anos, o especialista escavou em Tomar ou em Conímbriga, mas diz que encontrou em Vila Pouca de Aguiar um complexo «tão grande e tão bem conservado» que considera ter todas as condições para ser classificado pela UNESCO.


Carlos Batata diz que os vestígios ligados àquela exploração mineira abrangem uma «área total de cerca de 100 quilómetros quadrados».


O estacionamento de militares em Tresminas, onde, além da presença de soldados da sétima legião, está também comprovada a estadia de secções da cohors I Gallica equitata civium romanorum, reflecte a importância destas minas para o império.


O especialista considera que as minas financiavam e sustentavam os exércitos romanos.


Este ano os trabalhos começaram na Veiga da Samardã onde Carlos Batata acredita que foi construído um dos povoados destinado aos administradores ou capatazes do complexo mineiro.


Aqui foram descobertas moedas de cobre, mós, pilões, cerâmica fina, pesos de tear, candeias, inscrições romanas, peças de jogo ou cálculo e tégulas ou telhas típicas e também uma grande quantidade de cerâmica indígena.


«Os muros de xisto das casas estão bem construídos e encontrámos aqui, mesmo no meio do povoado uma vala de transporte de água para as lavarias das minas, o que foi uma verdadeira surpresa», salientou.


Esta vala, segundo o responsável, encontra-se mesmo no meio do enorme povoado, que ocupa entre 1,5 a dois hectares, o que revela que «a exploração cresceu muito».


Pela vala era transportada água a partir de duas barragens que estariam localizadas perto de Tinhela de Baixo para uma cisterna que abastecia o povoado e as lavarias onde se procedia ao esmagamento das pedras e posterior decantação ou separação dos detritos do ouro.


A técnica dos romanos para a extracção do ouro passava pelo esmagamento da pedra.


Os achados encontrados este ano vão ser expostos no museu municipal de Vila Pouca de Aguiar.


O arqueólogo disse que o auge da exploração de ouro em Tresminas (freguesia de Tresminas) terá ocorrido durante os séculos I e II d.C, mas, segundo frisou, através destas escavações pretende-se ainda comprovar se a exploração mineira já era anterior à chegada dos romanos.


«A cerâmica indígena encontrada no local poderá ser um indicador de que os povos anteriores aos romanas já exploravam o ouro neste território».


Segundo um investigador espanhol, neste território eram explorados metais nos finais do Neolítico e sobretudo nas idades do bronze e do ferro.


Carlos Batata disse que vai ainda ser estudado um castro da idade do ferro, o que permitirá saber qual «a influência dos povos galaicos e o seu papel na exploração mineira».


Algns metros mais à frente do povoado, no Alto dos Lagos, Carlos Batata identificou uns taludes «que cobrem uma grande área» e que o especialista acredita podem esconder um «hipódromo romano».


«Este achado de última hora poderá esconder muros de contenção, com um redondo típico das corridas de cavalos, que poderão pertencer a um hipódromo e que, se se vier a ser comprovado, indicará que estamos perante um achado muito importante», salientou.


Acrescentou que até ao momento foram identificados apenas mais dois hipódromos romanos no país.


No próximo ano o arqueólogo quer continuar os trabalhos de investigação «em várias frentes» com uma equipa maior, de cerca de 20 a 30 pessoas.


Pretende também alargar e redefinir a área de escavações no povoado, investigar a necrópole encontrada perto, iniciar sondagens no pressuposto hipódromo e tornar visível todo o processo de lavagem e recolha do ouro.


A exploração mineira em Tresminas realizava-se essencialmente pelo desmonte a céu aberto, sendo disso resultado os desfiladeiros que são as cortas (ou lagos) de Covas e Ribeirinha.


Um engenheiro de minas inglês calculou que 2000 trabalhadores operando diariamente levariam 200 anos a fazer estes desmontes, sendo necessário remover pelo menos 5.800.000 metros cúbicos.


«Estas cortas são crateras gigantescas, que apresentam no seu interior galerias que atravessam o monte e vão sair até 100 metros de profundidade», frisou.


Uma dessas galerias, a dos alargamentos, pode ser visitada pelos turistas depois de requisitarem um guia à câmara de Vila Pouca de Aguiar.


Esta galeria era utilizada para o transporte a granel com carros e tem 140 metros de cumprimento, foi aberta a 50 metros da cumeada e apresenta quatro alargamentos laterais e rectangulares.


Na encosta oposta encontravam-se extensas instalações que serviam para a lavagem dos minérios, conservando-se ainda os restos de pelo menos 30 plataformas em alvenaria com aproximadamente 10 metros de largura.


«O projecto de investigação para três minas é de quatro anos mas eu diria que precisamos de pelo menos oito anos para conseguirmos caracterizar Tresminas», salientou.


Paralelamente a autarquia vai avançar com a recuperação de monumentos (capela e pelourinho) e fachadas nas aldeias envolventes às minas romanas, designadamente Vales, Ribeirinha, Alfarela de Jales, Covas, Tresminas, Tinhela de Baixo e Tinhela de Cima.


No âmbito do projecto, que conta com um apoio financeiro de 500 mil euros de fundos comunitários, vai ainda ser construído um centro interpretativo, cuja obra deverá estar concluífa em Junho do próximo anos, disponibilizando um guia para acompanhar os turistas pelo complexo mineiro.


«Disponibilizaremos um apoio permanente a quem quiser visitar as minas», afirmou o autarca.


Carlos Batata está ainda a efectuar a carta arqueológica de Vila Pouca de Aguiar, a qual, segundo Domingos Dias, deverá estar concluída até ao final do ano.


O objectivo é, de acordo com o autarca, fazer um «levantamento exaustivo dos locais arqueológicos» para potenciar turisticamente o concelho.


In: (6 Out 2007). Diário Digital / Lusa: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=298193

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por noticiasdearqueologia às 19:16

Sábado, 06.10.07

SANTA CLARA: Autarca recusa construção junto a mosteiro

O presidente da Junta de Santa Clara, em Coimbra, rejeitou hoje a eventual construção de habitação na zona de protecção do mosteiro da freguesia, em cujos terrenos passou a ser possível construir por decisão do ex-IPPAR.

«Disso não preciso aqui na freguesia. Há muitos sítios para construir e aquele espaço deve estar de reserva para um projecto de lazer ou desportivo que beneficie toda a cidade e possa atrair pessoas», declarou à agência Lusa o autarca José Simão, eleito pela coligação «Por Coimbra, todos!» (PSD/CDS-PP/PPM).


O Jornal de Notícias (JN) revela hoje que a Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) «investiga denúncias sobre suspeitas de corrupção» na zona de protecção do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, na margem esquerda do rio Mondego, a pedido do Bloco de Esquerda (BE).


O presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara mostrou-se hoje contra a ocupação dos terrenos envolventes do mosteiro com edifícios de habitação.


(...)


In: (06 Out 2007). Diário digital. (cont. notícia em: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=298041). 

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por noticiasdearqueologia às 19:15

Quinta-feira, 04.10.07

Cacela: Terminam escavações no Túmulo de Santa Rita

As escavações arqueológicas ao túmulo megalítico de Santa Rita, em Vila Nova de Cacela, terminaram a 28 de Setembro.


Foto


Após três meses de escavações, os últimos dias foram dedicados exclusivamente ao desenvolvimento de medidas de protecção e salvaguarda do monumento e dos vestígios encontrados.
Esta primeira fase dos trabalhos arqueológicos incidiu na caracterização da realidade arqueológica.
De acordo com Câmara de Vila Real de Santo António, «os resultados facultados pela intervenção justificam a necessidade de prosseguir os trabalhos arqueológicos numa segunda campanha, a realizar no próximo ano, que contemple a escavação integral do túmulo megalítico e a consequente materialização do projecto de valorização patrimonial e paisagística».
Os resultados preliminares sugeridos pela intervenção arqueológica indicam a existência de um túmulo megalítico formado por um corredor com 5 metros de extensão e por uma câmara funerária de planta rectangular, com cerca de 5 metros de comprimento por 2 de largura.
A monumentalidade e a originalidade do complexo dispositivo de acesso do corredor à câmara funerária, onde primou a utilização e a preferência de matérias-primas com cores contrastantes (arenito vermelho e calcário), constituem «um facto inédito no panorama arqueológico nacional», refere a autarquia em comunicado.
Este complexo arquitectónico, nomeadamente a câmara funerária, terá sido coberto por grandes blocos de arenito local e por uma colina artificial delimitada por um anel formado por lajes fincadas no solo que serviria de suporte face aos agentes erosivos.
No entanto, a importância patrimonial do conjunto foi ampliada ao identificar-se uma necrópole sobre a massa tumular a qual permitiu documentar um mínimo de oito indivíduos inumados em posição fetal.
O facto reforça a ideia de se estar perante um sítio arqueológico com um importante legado informativo, pelo que está em curso um projecto de investigação interdisciplinar. Esse trabalho permitirá uma aproximação ao conhecimento da estrutura social das comunidades que construíram e utilizaram este monumento megalítico.
Os trabalhos laboratoriais que se desenvolverão nos próximos meses sobre os materiais documentados durante a intervenção arqueológica, nomeadamente a datação por radiocarbono dos esqueletos identificados, vão permitir o esclarecimento de algumas dúvidas ainda pendentes e encarar com dados mais objectivos os trabalhos arqueológicos a desenvolver futuramente.
O trabalho está a ser desenvolvido pelo Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela, que a 21 de Setembro promoveu uma jornada de portas abertas para apresentação pública do túmulo megalítico.


In: (4 de Out 2007). O Barlavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=18737&tnid=5

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por noticiasdearqueologia às 21:59

Quarta-feira, 03.10.07

O mistério dos Neandertais...

A capa e o documento da revista Super Interessante, do mês de Outubro de 2007, é dedicado ao Homem de Neandetal. pp. 51-66.

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por noticiasdearqueologia às 23:06

Quarta-feira, 03.10.07

LENDAS DA TURFA...

Tales from the Bog - National Geographic Magazine


O homem, ou melhor, os seus restos mortais, emergiram do solo áspero da Irlanda num dia de Inverno, em 2003. O cabelo mantinha-se arranjado tal como nos seus últimos momentos de vida: a parte de trás cortada curta e a parte de cima, com 20cm de comprimento, erguida numa poupa e fixada com resina de pinheiro. E isto era apenas o início do mistério. Texto de Karen E. Lange; Fotografias de Robert Clark


Descoberto na peneira de uma central de processamento de turfa, o corpo estava desnudado e a cabeça fora brutalmente torcida para a esquerda, faltando-lhe as pernas e a secção inferior dos braços – decepadas pela máquina que o arrancara do solo nos arredores de Clonycavan. A cabeça e o tronco apresentavam marcas de violência intencional, infligida antes de o corpo ser deitado no atoleiro: o nariz fora quebrado, o crânio despedaçado e o abdómen rasgado. Enquanto jazia na turfeira, o peso do musgo esfagno encharcado comprimiu-lhe a cabeça, as águas escuras curtiram-lhe a pele, enrijando-a como couro, e tingiram-lhe o cabelo de vermelho-alaranjado. Pediu-se ajuda aos arqueólogos, porque não se tratava de uma qualquer vítima de homicídio: o Homem de Clonycavan era um cadáver mumificado das turfeiras, testemunho naturalmente embalsamado de misteriosos rituais praticados na Europa Setentrional durante a Idade do Ferro – correspondente aos séculos imediatamente anteriores e posteriores ao nascimento de Cristo. Centenas destas múmias inusitadas têm sido descobertas nas zonas húmidas da Irlanda, Reino Unido, Alemanha, Holanda e, em especial, da Dinamarca, preservadas pela inexistência de oxigénio e pelos compostos antibacterianos do esfagno. As culturas locais têm inventado lendas sobre as múmias dos pântanos desde o momento em que a sua antiguidade foi reconhecida, no final do século XIX. Os cadáveres inspiram fascínio e desejo de compreensão de um passado remoto, quando estes pântanos lamacentos – hoje drenados e escavados, por motivos económicos – eram portais para o outro mundo. Actualmente, os investigadores possuem novas ferramentas – equipamento de tomografia axial computorizada (TAC), imagiologia tridimensional e datação por radiocarbono – para interpretar os cadáveres e os escassos artefactos encontrados junto a deles. Além disto, pouco mais existe como base de estudo: os europeus da Idade do Ferro não deixaram registos escritos das suas crenças e costumes. Alguns destes cadáveres são fantasmas: no ano passado, aliás, dois cientistas publicaram um artigo intitulado “Gente Imaginária” numa revista alemã de arqueologia, concluindo com relutância que o falecido arqueólogo Alfred Dieck, que dedicou a sua vida à catalogação de múmias dos pântanos, inventou muitos dos 1.800 casos por si documentados.


In: (Outubro 2007). National Geographic. p. 42: (resumo) http://www.nationalgeographic.pt/articulo.jsp?id=1422585


 


 



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por noticiasdearqueologia às 22:56

Terça-feira, 02.10.07

Tigre-dentes-de-sabre afinal mordia como um gatinho

O smilodon, mais conhecido por tigre-dentes-de-sabre – apesar de não ser um antepassado dos tigres actuais – teria afinal uma dentada de “gatinho”. Segundo os cientistas, a força exercida pelo crânio do animal representa cerca de um terço da de um leão moderno do mesmo tamanho, o que revela que o animal seria mais parecido com o animal doméstico dos "Flintstones" do que com um predador da categoria do tiranossauro.


A discussão sobre a força do smilodon durava há 150 anos. Se no passado os cientistas falavam de uma dentada relativamente fraca, os estudos mais recentes sugeriam uma força maior do que teria na realidade. No estudo hoje publicado pela revista científica “US Proceedings of the National Academy of Science”, uma equipa de cientistas australianos põe fim ao impasse.


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“Para a reputação, o smilodon tinha uma dentada fraquinha”, disse Steve Wroe, um dos autores do estudo. “Mordia como um gatinho”, ironizou.
A equipa australiana utilizou uma técnica de engenharia computacional – FEA (Finite Element Analysis) – para recriar os movimentos de captura e alimentação de um tigre-dentes-de-sabre adulto e medir a força exercida pelo crânio em comparação com a força de um leão moderno. Os resultados mostram que o smilodon tinha um desempenho em termos de força muito inferior ao do leão. O que não significa que não tivesse um comportamento de predador, dizem os cientistas.
"O tigre-dentes-de-sabre tinha um corpo cheio de força, perfeito para derrubar grandes presas e os nossos modelos mostram que ele precisava desta abordagem antes de morder”, explicou Colin McHenry. "Matava mordendo o pescoço, era mais fácil imobilizar o animal desta forma. Depois da dentada a presa teria morte imediata”.


In: US Proceedings of the National Academy of Science (2 Out 2007). Público:


http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1306368&idCanal=13



 

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por noticiasdearqueologia às 22:23

Terça-feira, 02.10.07

O público de museus estatais aumentou 6% até Julho

Nos primeiros sete meses deste ano os museus portugueses tutelados pelo IMC-Instituto dos Museus e da Conservação registaram um aumento de 6% no número de visitantes. E, de um total de 27 instituições, apenas oito desceram face a igual período do ano passado. Foi o caso dos museus nacionais de Arte Antiga e de Arte Contemporânea/Chiado.
O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) sofreu a maior descida: até Julho de 2007, teve 64 719 entradas o que corresponde a uma quebra de 34% em relação a 2006. Para Manuel Bairrão Oleiro, director do IMC, esses números "têm a ver com o grande pico associado, no ano passado, à exposição da colecção Rau [inaugurada em Maio]. É difícil manter esse nível e, este ano, a exposição 'O Tapete Oriental' atrasou e só abriu em Julho, pelo que só terá efeitos no segundo semestre".
Quanto ao Museu do Chiado, a descida de 9% prende-se com opções programáticas: "Em 2006 teve as exposições mas chamativas no primeiro semestre. Este ano abre em Outubro 'Centro Pompidou: A Arte Vídeo', e o calendário reflecte-se nos visitantes", explica ao DN.
As restantes instituições que tiveram redução de público de Janeiro a Julho de 2007 são de âmbito regional ou local,e as percentagens terão de ser relativizadas face a totais mais modestos. Se no Museu Dr. Joaquim Manso o "tombo" foi de 58% e "não há explicação, a não ser, talvez, relacionada com o decréscimo de turistas", os 32% negativos do Museu Proença Júnior prendem-se com as "visitas escolares". Em termos gerais, "embora tenha subido ligeiramente, o público das escolas não tem crescido tanto como os outros públicos, o que é motivo de preocupação porque temos apostado forte nos serviços educativos. Mas algumas escolas têm tido limitações a nível da logística, seguro escolar ou transportes", esclarece o director do IMC.
O Museu José Malhoa desceu 29% e foi o menos visitado a nível nacional, mas está em obras e só deve reabrir no primeiro semestre de 2008. O Museu da Cerâmica desceu 28% devido ao "calendário de exposições". O Museu dos Biscainhos caiu 5% porque "teve menos serviços educativos e menos visitas escolares". E o Museu do Traje, que também desceu 5%, "não tem ainda remontada a exposição permanente e tem sofrido com isso", admite Bairrão Oleiro.
Os que mais subiram:
O Museu dos Coches continua a ser o grande campeão de públicos. Mas no lado positivo da tabela destaca-se o Museu Nacional de Arqueologia, que teve mais 21 288 visitantes. Explicação? A "programação muito constante e de qualidade, e o bom trabalho dos serviços educativos", a par das inúmeras actividades realizadas no Dia e na Noite dos Museus - por causa disso mesmo, Maio é o melhor mês do ano para os museus.
Em Conímbriga, o fim das obras nas ruínas e a reabertura do restaurante fizeram retomar as excursões e saldaram-se em mais 14 421 entradas. O Soares dos Reis passou de 13 mil para 33 mil, graças ao "fim das obras no túnel de Ceuta e à estabilização interna". O Museu de Aveiro, parcialmente encerrado, continua a somar entradas graças ao túmulo da Princesa Santa Joana e aos claustros. O Museu D.Diogo de Sousa, reaberto em Junho, lucrou com os grupos escolares que visitaram os mosaicos descobertos na cave durante as obras. E o Museu Abade de Baçal passou de 79 (em 2006) para 6016, porque só reabriu em Dezembro.
Embora "satisfeito com estes resultados", o director do IPM recorda que "os números são apenas um indicador e não devem ter outra leitura mais alargada". Quando chega a hora de repartir o bolo orçamental, acrescenta, o IMC dá importância a factores "menos visíveis", como "o estado e conservação das colecções; a actualização e digitalização de inventários, e a capacidade de realizar exposições e propor itinerâncias".
À espera de um orçamento para 2008 semelhante ao deste ano (11,75 milhões de euros para despesas de funcionamento e cerca de 5,5 milhões de euros para programação), o director do IMC espera iniciar em breve as negociações que visam a transferência de sete museus para as respectivas autarquias. A saber: Abade de Baçal, Biscainhos, Cerâmica, Joaquim Manso, Tavares Proença Jr., Guarda e Terras de Miranda. |

In: Paula Lobo (2 Out 2007). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/2007/10/02/artes/publico_museus_estatais_aumentou_6_j.html

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por noticiasdearqueologia às 21:54

Segunda-feira, 01.10.07

Museus de Albufeira, Tavira, Faro e Portimão ganham candidaturas para livro e jogo pedagógico


O Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira apresentou duas candidaturas em conjunto com os museus da região que integram a Rede Portuguesa de Museus: Museu Municipal de Tavira, Museu Municipal de Faro e Museu Municipal de Portimão.

Uma das candidaturas consiste na edição de uma publicação bilingue (em português e inglês) sobre os quatro museus: “Quatro Museus do Algarve, Quatro Edifícios com História”, com vista à promoção e divulgação das referidas instituições museológicas.
A segunda candidatura, intitulada “Caixa – Viagem pelas histórias do Algarve”, é um recurso educativo (jogo pedagógico) sobre o Algarve, que permitirá uma diversificação na oferta educativa dos museus envolvidos.
O júri do Programa de Apoio a Museus da Rede Portuguesa de Museus – ProMuseus – deliberou aprovar ambas as candidaturas, com a atribuição máxima do financiamento (50% do valor total).

In: Elisabete Rodrigues (29 Set 2007). O Barlavento, on line:

http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=18588&tnid=5

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por noticiasdearqueologia às 23:39

Segunda-feira, 01.10.07

Nuevos hallazgos certifican el carácter trimilenario de CHICLANA

Que Chiclana es una ciudad trimilenaria ya quedó patente tras el hallazgo, en las inmediaciones del colegio El Castillo, de un yacimiento fenicio en 2006.


La zona de El Castillo lleva ya dos excavaciones. La primera y fundamental se cerró el año pasado. En el solar donde se construían viviendas y garajes fueron encontrados bajo el suelo de una bodega niveles fenicios. Los trabajos ermitieron exhumar 38 metros de una muralla. Hacia el interior había viviendas con habitaciones rectangulares de mediano tamaño. También fueron hallados un horno de pan y tinajas para almacenar aceite y vino.


Ahora, tras las prospecciones arqueológicas realizadas en los últimos días en el patio del centro educativo, los encargados del proyecto, Juan Cerpa y Paloma Bueno, han podido confirmar que la antigua ciudad fenicia se extiende hacia el interior.


Su extensión y buena conservación confiere aún más relevancia a un yacimiento "de los más antiguos de la península, ya que sabemos que la ciudad fenicia fue abandonada en el siglo VII a.C, por lo que tuvo que ser fundada con anterioridad, en el siglo VII a.C", un hecho que, en opinión de Cerpa, corroboran los textos clásicos.


"Estrabón narra que los fenicios fundaron el templo de Melkart, situado en el Castillo de Sancti Petri, y éste sería un enclave estupendo para ubicar una ciudad". "La altitud del cerro como técnica defensiva, la cercanía de un río caudaloso por el que podían navegar las embarcaciones y los hallazgos realizados en la zona, donde se han encontrado estructuras y suelo muy poco comunes, apoyan la teoría de que se trata de un asentamiento muy importante y antiguo", añade el coordinador de las excavaciones.


Hallazgos anteriores ya indicaban la posibilidad de que la antigua ciudad fenicia se extendiera por el resto del cerro pero, aun así, los investigadores se han visto sorprendidos por la gran cantidad de restos encontrados en estas catas, en las que se ha excavado una superficie muy pequeña, de cuatro metros de ancho por cuatro metros de largo. Concretamente, se han encontrado restos a tan sólo 15 centímetros de profundidad en un excelente estado de conservación, algo que ha sido calificado por Cerpa como "casi milagroso".


En cuanto a los restos, en un primer estrato se encontraron piezas de la etapa final de la Edad de Bronce, datadas alrededor del año 1.200 a.C, lo que confirma que cuando llegaron los fenicios a la zona ya había un asentamiento de población indígena. "De esta época son los restos más importantes encontrados en el patio del colegio. Había numerosas piezas de cerámica de una alta calidad, con un bruñido muy bueno", explica Cerpa.


En un estrato superior, se hallaron restos fenicios, aunque en menor cantidad.


Además, los arqueólogos resaltan la importancia de las piezas de época romana situadas en un nivel superior y correspondientes a dos fases diferenciadas. Entre estos restos, destaca la aparición de un tambor de columna y una parte de pavimento que indica la posibilidad de que en esa zona se situara una edificación importante, de carácter público, de la época del alto imperio o Julio Claudia, datada en el siglo I.


Mientras, otros muretes, situados en un estrato superior, son de los siglos II y III.


Sobre éstas, se han encontrado pequeñas fosas que datan de la época medieval.


Se trata de unos hallazgos que certifican que ha habido asentamientos humanos de forma ininterrumpida en Chiclana desde, aproximadamente, el año 1.200 a.C.


Ahora, la intención de los arqueólogos es realizar nuevas catas para delimitar el cerramiento de la muralla y descubrir así la extensión de la antigua ciudad fenicia y, también, conocer con mayor detalle el resto de los asentamientos que, a lo largo de la historia, se han registrado en tierras chiclaneras.


In: (29 Set 2007). Diario de Cádiz / El País.


                                Celtiberia.nethttp://www.celtiberia.net/articulo.asp?id=2886

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por noticiasdearqueologia às 22:03

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