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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...



Domingo, 07.10.07

Egipto: Equipa portuguesa espera apenas por financiamento

Portugal tem desde 2000 uma equipa de arqueólogos a trabalhar no Egipto. O Supreme Council of Antiquities (Conselho Superior de Antiguidades) – entidade que regulamenta, entre outras actividades, a exploração arqueológica no país dos faraós – concedeu, há sete anos, autorização à equipa da Egiptóloga Maria Helena Trindade Lopes (professora na Universidade Nova de Lisboa) para fazer escavações numa área de 220 mil metros quadrados em Mênfis, antiga capital do Antigo Império, facto inédito para a arqueologia portuguesa.


Maria Helena Trindade Lopes, professora da Universidade Nova de Lisboa, lidera a equipa que desde 2000 realiza escavações arqueológicas no Egipto. Ao grupo está entregue uma zona nobre de Mênfis (antiga capital do Antigo Império): as ruínas do Palácio de Apries, o quarto faraó da XXVI dinastia





Os achados que têm sido feitos nestes últimos anos não podem sair do Egipto. Isso é ponto assente: tudo o que for encontrado pertence do Governo daquele país. Mas os portugueses têm direito à “propriedade intelectual”, ou seja, podem reclamar-se, em qualquer parte do Mundo, os descobridores das ‘relíquias’, assinar artigos sobre o assunto em revistas especializadas e fazer conferências internacionais sobre a matéria. Por outras palavras, podem pôr (e têm-no feito) Portugal no mapa da arqueologia mundial.
Internamente, para além do acesso ao desenvolvimento do seu trabalho (na internet), a equipa prepara também um CD para enviar para as escolas, explicando a História do Egipto, os avanços da arqueologia actual e o interesse que um projecto desta natureza acarreta.
À beira da sexta campanha – que deve começar entre este mês e o próximo –, o Projecto Apries aguarda, porém, com expectativa e alguma ansiedade, que lhe seja atribuído o precioso financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que lhe tem permitido levar esta empresa a bom porto.
“O que a professora Maria Helena Trindade Lopes conseguiu foi uma autêntica lança em África”, comenta Teixeira Pinto, consultor na área da engenharia do Projecto Apries.
“O Supreme Council of Antiquities só lida com a nata da arqueologia mundial e atribuiu à equipa portuguesa uma zona nobre de Mênfis: as ruínas do Palácio de Apries, o quarto Faraó da XXVI Dinastia. Ora Mênfis é, para os antigos egípcios, o que Roma era para os romanos... Se um projecto destes acabasse por causa de falta de financiamento, estou convencido de que os portugueses não voltariam a pôr o pé no Egipto nos próximos cem anos...”, adiantou.
Teixeira Pinto desmistifica ainda a ideia segundo a qual partir em campanha arqueológica pelo Egipto é uma aventura excitante como se vê nos filmes. Com uma equipa reduzida – apenas seis ou sete pessoas – o que há a fazer é escavar, escavar e escavar, com enorme cuidado para que nada se perca e nada se deteriore, aguentando o pó, o calor e as moscas e vivendo em situação espartana.
“É um trabalho de sapa e tudo tem de ser identificado, estudado, catalogado... Durante dois meses vive-se com o básico numa casa alugada mesmo junto ao deserto e cozinhando a maior parte das refeições”, explica. Depois, já em Portugal, é o trabalho de casa, o estudo aprofundado, a colocação de hipóteses, a elaboração dos relatórios, a preparação dos mapas, dos desenhos, a organização dos processos que se têm de entregar ao Supreme Council, e também à FCT.

EM HONRA DO FARAÓ
A equipa de Maria Helena Trindade Lopes autodenomina-se Projecto Apries em honra do faraó com o mesmo nome pertencente à XXVI dinastia que habitou um palácio sepultado na zona de exploração atribuída aos portugueses. As imediações do palácio têm, aliás, contribuído com os vestígios mais relevantes encontrados até ao momento: restos de cerâmica, pequenos artefactos como um anel, moedas, um escaravelho... Importante, também, é revelar a estrutura do edifício, como foi construído e com que materiais, como se estabilizaram as fundações. O que está actualmente à vista são algumas ruínas. É a próxima missão do grupo.


In: Ana Maria Ribeiro (7 Out 2007). Correio da Manhã: http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=260747&idselect=13&idCanal=13&p=200


Visite o site: http://home.utad.pt/~apries/.

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por noticiasdearqueologia às 22:57

Domingo, 07.10.07

Museu Ibérico de Abrantes vai “obrigar a reescrever a História”

A Câmara de Abrantes está apenas a aguardar pela distribuição dos fundos comunitários do QREN – Quadro de Referência Estratégica Nacional para avançar com as obras necessárias para o restauro do Convento de São Domingos, situado no centro histórico, que no futuro irá albergar o Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes. A apresentação ao pormenor do que está a ser delineado foi realizada na última assembleia municipal pelo presidente da autarquia, enquanto o projecto de arquitectura só deverá ser mostrado no final do ano. Nelson de Carvalho (PS) não tem dúvidas de que o projecto museológico pensado para Abrantes “vai obrigar a reescrever a história”.



Uma equipa formada por um arqueólogo, um museólogo e um arquitecto já delinearam as principais ideias que irão nortear o futuro museu. Com impacto a diferentes níveis, desde o local ao internacional, o espaço irá reunir um total de doze colecções. Uma delas será formada por artefactos arqueológicos pré e proto-históricos em pedra, cerâmica, bronze e outros materiais que representam a vida económica e social de várias culturas e povos que viveram no território que hoje é Portugal. Nelson de Carvalho garante que todas as peças estão identificadas e que os seus bilhetes de identidade, assegurando a veracidade histórica, estão garantidos.


(...)


In: (6 Out 2007). O Mirante - (cont. notícia em): http://www.omirante.pt/index.asp?idEdicao=51&id=17802&idSeccao=479&Action=noticia

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por noticiasdearqueologia às 01:01

Domingo, 07.10.07

O forno descoberto em Meimoa, há cerca de um ano, é um lagar de azeite

O que parecia um complexo termal da época romana é afinal uma antiga unidade de produção de azeite. O regresso das escavações arqueológicas a Meimoa, um ano depois da descoberta dos primeiros vestígios, deitou por terra a tese das termas mas não a importância do achado. Em apenas dois meses de trabalho, que no terreno só é possível quando o tempo ajuda, viram a luz do dia mais cerca de 500 metros quadrados de vestígios da época romana, possivelmente dos séculos I ou II antes de Cristo. “E ainda nem sequer terminámos esta zona, ou seja, a parte de produção e armazenamento de azeite ainda não está concluída”, diz a arqueóloga responsável pelos trabalhos.



Silvina Silvério coordenou a equipa com cerca de 15 pessoas que este Verão concentrou as suas atenções em Meimoa, tendo como ponto de partida a descoberta do forno. É daí que surge a hipótese das termas, mas esta desvaneceu-se à medida que os trabalhos avançaram. A suposição de utilização do forno para a produção de cerâmica também foi posta de lado, já que no local não havia vestígios de fragmentos. A descoberta da mó e das estruturas do armazém, onde se encontravam os dolium (grandes vasos semelhantes a potes onde o azeite era conservado), cimentaram a ideia do lagar. A existência do forno explica-se porque já naquele tempo os romanos utilizavam a técnica de prensagem do azeite a quente. No local ainda há muito por desenterrar mas, diz a arqueóloga, “sabemos já onde estão algumas das estruturas”. A área escavada até ao momento é significativa, como provam os vários montes de terra retirados do local, mas ainda há muito por fazer no terreno. Silvina Silvério calcula que a área ocupada pelas estruturas “poderá chegar a um hectare, no mínimo”, não ficando apenas pelo azeite. Próximo do lagar foram detectadas várias mós de menor dimensão, possivelmente para produção de farinha. A alimentação romana tinha como produtos essenciais o trigo, o azeite e o vinho, o que poderá levar à descoberta do elo que falta, relacionado com o vinho.


A arqueóloga acredita que a produção do lagar de azeite podia ter como destino a mão-de-obra que trabalhava nas minas de ouro romanas, que existiam ali perto. Mas só o muito trabalho que há pela frente poderá ajudar a retirar mais algumas conclusões. Com o fim do Verão terminam também os trabalhos no terreno, pelo menos até ao próximo ano. As estruturas estão agora protegidas com telas e foram escavadas valas de drenagem, para evitar que os vestígios fiquem inundados. O sítio arqueológico foi descoberto há cerca de um ano por mero acaso, em terrenos pertencentes a António Cabanas, o vice-presidente da Câmara Municipal de Penamacor.


Enquanto em Meimoa avançam os trabalhos, na vila de Penamacor o momento é de pausa. Pela primeira vez nos últimos anos a zona histórica da sede de concelho- o Cimo de Vila- não assistiu a escavações. A pausa é forçada, segundo explica Silvina Silvério, porque aguarda-se a resposta do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) em relação à segunda fase das escavações, que prevê a continuação dos trabalhos por mais quatro anos.


Logo que haja luz verde (e bom tempo) a arqueóloga pretende avançar com as escavações no mítico Poço D´el Rei, uma estrutura situada a poucos metros da torre de Menagem e que continua a dar azo a diversos mitos. O trabalho desenvolvido no concelho de Penamacor nos últimos anos vai ser dado a conhecer no decorrer da primeira edição das Jornadas do Património Histórico-Cultural e Arqueológico do Distrito de Castelo Branco, que começam esta sexta-feira em Vila de Rei.


In: José Furtado (28 Set 2007). Reconquista: http://www.reconquista.pt/jornal.dll/indartigo?idartigo=25097&idseccao=108

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por noticiasdearqueologia às 00:40


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