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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...



Quarta-feira, 03.10.07

O mistério dos Neandertais...

A capa e o documento da revista Super Interessante, do mês de Outubro de 2007, é dedicado ao Homem de Neandetal. pp. 51-66.

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por noticiasdearqueologia às 23:06

Quarta-feira, 03.10.07

LENDAS DA TURFA...

Tales from the Bog - National Geographic Magazine


O homem, ou melhor, os seus restos mortais, emergiram do solo áspero da Irlanda num dia de Inverno, em 2003. O cabelo mantinha-se arranjado tal como nos seus últimos momentos de vida: a parte de trás cortada curta e a parte de cima, com 20cm de comprimento, erguida numa poupa e fixada com resina de pinheiro. E isto era apenas o início do mistério. Texto de Karen E. Lange; Fotografias de Robert Clark


Descoberto na peneira de uma central de processamento de turfa, o corpo estava desnudado e a cabeça fora brutalmente torcida para a esquerda, faltando-lhe as pernas e a secção inferior dos braços – decepadas pela máquina que o arrancara do solo nos arredores de Clonycavan. A cabeça e o tronco apresentavam marcas de violência intencional, infligida antes de o corpo ser deitado no atoleiro: o nariz fora quebrado, o crânio despedaçado e o abdómen rasgado. Enquanto jazia na turfeira, o peso do musgo esfagno encharcado comprimiu-lhe a cabeça, as águas escuras curtiram-lhe a pele, enrijando-a como couro, e tingiram-lhe o cabelo de vermelho-alaranjado. Pediu-se ajuda aos arqueólogos, porque não se tratava de uma qualquer vítima de homicídio: o Homem de Clonycavan era um cadáver mumificado das turfeiras, testemunho naturalmente embalsamado de misteriosos rituais praticados na Europa Setentrional durante a Idade do Ferro – correspondente aos séculos imediatamente anteriores e posteriores ao nascimento de Cristo. Centenas destas múmias inusitadas têm sido descobertas nas zonas húmidas da Irlanda, Reino Unido, Alemanha, Holanda e, em especial, da Dinamarca, preservadas pela inexistência de oxigénio e pelos compostos antibacterianos do esfagno. As culturas locais têm inventado lendas sobre as múmias dos pântanos desde o momento em que a sua antiguidade foi reconhecida, no final do século XIX. Os cadáveres inspiram fascínio e desejo de compreensão de um passado remoto, quando estes pântanos lamacentos – hoje drenados e escavados, por motivos económicos – eram portais para o outro mundo. Actualmente, os investigadores possuem novas ferramentas – equipamento de tomografia axial computorizada (TAC), imagiologia tridimensional e datação por radiocarbono – para interpretar os cadáveres e os escassos artefactos encontrados junto a deles. Além disto, pouco mais existe como base de estudo: os europeus da Idade do Ferro não deixaram registos escritos das suas crenças e costumes. Alguns destes cadáveres são fantasmas: no ano passado, aliás, dois cientistas publicaram um artigo intitulado “Gente Imaginária” numa revista alemã de arqueologia, concluindo com relutância que o falecido arqueólogo Alfred Dieck, que dedicou a sua vida à catalogação de múmias dos pântanos, inventou muitos dos 1.800 casos por si documentados.


In: (Outubro 2007). National Geographic. p. 42: (resumo) http://www.nationalgeographic.pt/articulo.jsp?id=1422585


 


 



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por noticiasdearqueologia às 22:56


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