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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Quarta-feira, 19.09.07

ALMODÔVAR reclama apoio do governo para estudo e valorização de Mesas do Castelinho


O município de Almodôvar (Beja) reclamou hoje o apoio do governo, suspenso por falta de verbas, para o estudo e valorização do sítio arqueológico das Mesas do Castelinho, um povoado fortificado da II Idade do Ferro do Sul.



"Seria importante que o Estado respeitasse o compromisso assumido de financiar o programa de intervenção nas Mesas do Castelinho, que é indispensável para a continuação do estudo e da valorização do sítio", disse à agência Lusa o presidente do município, António Sebastião.



De acordo com o autarca, em 2006, o então Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) "cancelou" o programa de intervenção no Povoado das Mesas do Castelinho e "suspendeu todos os financiamentos previstos".



"Isto, depois de o próprio IPPAR ter aprovado o programa e apresentado uma candidatura, também aprovada, para financiamento através do Programa Operacional da Cultura", co-financiado pelo terceiro Quadro Comunitário de Apoio para Portugal, no período 2000-2006, lembrou.



Para justificar a decisão, segundo António Sebastião, o IPPAR "alegou falta de verbas para garantir a comparticipação nacional no financiamento".



"É fácil abrir a boca para defender a valorização do património histórico, mas quando é preciso abrir os cordões à bolsa para jogar as mãos à obra, não há dinheiro", ironizou o autarca.



A decisão do IPPAR, lamentou António Sebastião, "bloqueou" o programa de intervenção, que contempla campanhas de escavações e a construção de um núcleo de interpretação do povoado, localizado na herdade do Monte Novo do Castelinho, na freguesia de Santa Clara-a-Nova, concelho de Almodôvar.



Desde então, a construção do núcleo, que "chegou a ser adjudicada", foi "suspensa", precisou o autarca.



As duas escavações realizadas em 2006 e a primeira deste ano, em Julho, "foram possíveis com reminiscências de financiamentos de campanhas anteriores", explicou hoje à Lusa o arqueólogo Amílcar Guerra, um dos responsáveis científicos das escavações.



Salientando a "relevância histórica" e "importância patrimonial" do povoado, classificado em 1990 como Imóvel de Interesse Público, António Sebastião reclamou o "apoio do Estado" para "garantir a aplicação efectiva do programa".



Neste sentido, o autarca apelou ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), que resultou da fusão do IPPAR e do Instituto Português de Arqueologia, para "contemplar o financiamento do programa de intervenção no próximo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)", a vigorar a partir deste ano e até 2013.



A Lusa contactou hoje a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, mas os serviços informaram que o director regional, José Nascimento, estava ausente.



A segunda campanha de escavações deste ano e a 17/a no povoado, disse António Sebastião, "está a decorrer com o apoio da autarquia, que comparticipou os trabalhos de campo através de uma verba de cinco mil euros".



No terreno estão dois arqueólogos e seis estudantes de arqueologia da Universidade de Lisboa, apoiados por 10 trabalhadores locais e coordenados por Amílcar Guerra e Carlos Fabião, os responsáveis científicos das escavações.



"Até dia 29 deste mês, a equipa vai continuar a escavar a zona das estruturas e a estudar o espólio recolhido", explicou Amílcar Guerra, adiantando que, após a actual campanha, as escavações "deverão continuar em Julho de 2008, se houver condições financeiras".



Apesar de conhecido como local de "interesse arqueológico" desde o século XIX, o Povoado das Mesas do Castelinho só foi alvo dos primeiros estudos com carácter sistemático em 1987, após uma "violenta destruição" por parte do seu antigo proprietário.



Desde então, por iniciativa da Câmara Municipal de Almodôvar e da Junta de Freguesia de Santa Clara-a-Nova, em parceria com o IPPAR, a equipa da Universidade de Lisboa, através de duas campanhas de escavações por ano, uma em Julho e outra em Setembro, tem vindo a coordenar os estudos no sítio, bem como a sua recuperação e valorização.



Os estudos efectuados até ao momento, frisou Amílcar Guerra, permitem afirmar que o povoado terá sido fundado por volta dos séculos IV ou V A.C, época a que remontam os mais antigos vestígios recolhidos até à data, sendo que os mais abundantes são de origem romana e os mais recentes de origem árabe.



As diversas campanhas arqueológicas realizadas colocaram a descoberto várias fortificações, construídas entre a Idade do Ferro e o período omíada.



A idade do ferro "é identificada pela presença de um conjunto de grandes recipientes cerâmicos de fabrico manual, decorações estampilhadas, ânforas de tipologia ibero-púnica e cerâmicas pintadas com bandas".



Já o período omíada é identificado pelo "grande número de exemplares de cerâmica fina, sobretudo de cariz utilitário".



As peças de maior interesse arqueológico encontram-se sob a guarda dos responsáveis científicos das escavações e, segundo Amílcar Guerra, o espólio até agora recolhido "é apenas uma pequeníssima parcela do muito que o Povoado das Mesas do Castelinho tem para oferecer aos investigadores".


In: LL. (19 Set 2007). Lusa / Expresso: http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/120409


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por noticiasdearqueologia às 23:36

Quarta-feira, 19.09.07

POVOADOS CASTREJOS candidatos à UNESCO



Os mais importantes povoados castrejos do Noroeste Peninsular vão ser integrados numa rede que será candidata a Património Europeu, classificação recentemente criada pela UNESCO, revelou hoje Armando Coelho, um dos promotores da iniciativa.


«Na área abrangida pelo norte de Portugal, Galiza e Astúrias existem mais de seis mil castros, mas apenas vão ser propostos para integrar esta rede os mais importantes, que são cerca de quatro dezenas», afirmou o especialista em cultura castreja, em declarações à Lusa.


Segundo Armando Coelho, a rede que será proposta para classificação deverá incluir cerca de duas dezenas de castros no norte de Portugal, uma dezena e meia na Galiza e uma dezena na zona ocidental das Astúrias.


O especialista admitiu que o processo de candidatura dos castros do Noroeste Peninsular possa ser entregue «até final de 2008».


A ideia de avançar com a candidatura surgiu em 2004, na sequência de um colóquio realizado pelo Centro de Estudos de Arqueologia Castreja, instalado na Citânia de Sanfins, em Paços de Ferreira.


Na altura, foi formado um grupo de trabalho, envolvendo também a Sociedade Martins Sarmento, de Guimarães, que procedeu a um levantamento dos castros existentes e contactou com as autoridades envolvidas.


«Nesta altura, temos quase concluído o processo de criação desta rede à classificação de Património Europeu», revelou Armando Coelho, numa referência a uma classificação criada em 2006 pela UNESCO.


«Optamos pela classificação de Património Europeu por considerarmos que é mais adequada aos objectivos que pretendemos, o que não invalida que alguns dos locais que constam da rede não possam mais tarde a ser candidatos a Património Mundial», salientou.


Segundo o especialista, a iniciativa pretende «mostrar que o norte de Portugal, a Galiza e as Astúrias têm uma história comum, que começou no primeiro milénio antes de Cristo».


Nessa perspectiva, os cerca de 40 povoados castrejos que serão candidatos à classificação pela UNESCO «são os que apresentam maior potencial científico e cultural, que é necessário defender e estudar».


Armando Coelho defendeu também que a valorização dos povoados castrejos pode funcionar como «alavanca de desenvolvimento», já que permitirá criar postos de trabalho, prestigiar a região e rentabilizar o património cultural através do aproveitamento turístico.


«A classificação dos castros numa rede integrada permitirá criar uma espécie de rota castreja», salientou. A candidatura dos castros do noroeste peninsular será apresentada numa cerimónia que se realiza sexta-feira à noite na Casa de Cultura da Trofa.


A escolha deste município resulta no facto de ter no seu território o Castro de Alvarelhos, considerado por Armando Coelho como de «excepcional importância patrimonial».


«O Castro de Alvarelhos era a capital da antiga Terra da Maia, que ia do mar até à Serra da Agrela», frisou.


In: (19 Set 2007). Lusa/SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=56176


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por noticiasdearqueologia às 23:35

Quarta-feira, 19.09.07

Vila Real de S. António: trabalhos arqueológicos em túmulo megalítico


Decorrem, desde o passado dia 2 de Julho, por iniciativa do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, trabalhos arqueológicos num túmulo megalítico localizado junto à aldeia de Santa Rita.


Este importante sítio arqueológico, identificado no âmbito do levantamento do património histórico e arqueológico da freguesia de Vila Nova de Cacela, representa um dos últimos túmulos megalíticos bem conservados existentes na região.
Estas escavações arqueológicas têm como objectivo o estudo da pré-história e do fenómeno megalítico da região, aspecto suportado por uma política patrimonial que vem sendo defendida pelas autoridades locais e que assenta em cinco pilares fundamentais: investigação, protecção, divulgação, valorização e musealização do património arqueológico da região.
A primeira fase dos trabalhos decorre até Setembro e visa caracterizar a estrutura arquitectónica do túmulo megalítico, bem como recolher amostras que possibilitem uma primeira aproximação cronológica, através da datação por radiocarbono, e à paisagem paleo-vegetal da área envolvente.
Depois, uma equipa de arqueólogos, geólogos e antropólogos irá estudar as evidências arqueológicas.



In: (11 Set 2007). Rádio Horizonte: http://www.algarvenoticias.com/noticias/artigo.php?op=a87ff679a2f3e71d9181a67b7542122c&id=cb953f6ca5923f7517125db46ed1293d

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por noticiasdearqueologia às 23:13


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