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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
A presidente da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho pediu hoje "aos políticos" que permitam uma escavação integral do Teatro Romano da Cividade depois das escavações iniciais "superarem largamente as expectativas".
"Braga merece que se faça uma escavação integral do teatro seguida de um projecto de reconstituição e valorização", disse à Lusa Manuela Martins, responsável pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho.
A decisão de avançar com as escavações é uma "decisão politica e não científica", defendeu a responsável pelas escavações realizadas, entre 2004 e 2007, nas ruínas descobertas "por acaso" em 1999 junto a um edifício termal também romano.
Manuela Martins apresentou, hoje, na câmara de Braga, o resultado da investigação realizada nos últimos anos e propôs a reconstituição do Teatro Romano para que possa voltar a ser utilizado para a realização de espectáculos.
"À semelhança do que vem acontecendo em quase todos os teatros descobertos da Antiguidade", disse.
O projecto não desagradou a Mesquita Machado, o autarca bracarense, que referiu estar à espera de mais "estudos científicos" antes de tomar qualquer decisão.
O socialista Mesquita Machado remeteu ainda a escavação integral do teatro bem como a valorização do espaço para a possibilidade de candidatar o projecto ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), obtendo assim o financiamento necessário para as obras.
O teatro tem cerca de 80 metros de diâmetro e, de acordo com Manuela Martins, "a área que foi possível escavar e o considerável número de elementos arquitectónicos e decorativos identificados, possibilitaram a interpretação das diferentes partes orgânicas do teatro e a elaboração de uma primeira proposta de restituição arquitectónica do edifício".
Com a "descoberta" do Teatro Romano, Braga tornou-se, a par de Lisboa, na segunda cidade portuguesa a possuir um teatro dos finais do século III.
Localizado em terrenos incluídos em área protegida e pertencentes à autarquia bracarense, o antigo teatro, segundo Manuela Martins, "reflecte a importância de Bracara Augusta no contexto das cidades romanas peninsulares".
(29 Ago 2007). Lusa: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/a8JW
Mais info: http://www.diariodominho.pt/noticia.php?c
http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/r
Foto: Elisabete Jacinto
Uma exposição vai pela primeira vez apresentar ao grande público o resultado das investigações. Em 2008, a mostra ruma a Lisboa. Mário Varela Gomes, arqueólogo responsável – em conjunto com a sua mulher Rosa Varela Gomes - pelas escavações que têm decorrido, desde há seis anos, naquele local à beira mar, salientou que o principal objectivo da exposição é dar a conhecer o trabalho de investigação já desenvolvido, mas também chamar a atenção para a importância desta fortaleza-mosteiro islâmica com mais de 800 anos, que terá sido reduto do mestre sufi e monge-guerreiro Ibn-Qasi.
Reconstituição de uma mesquita do Ribât da Arrifana
Mais do que a vertente material, mostrando as peças recolhidas ao longo das escavações arqueológicas, o investigador chama a atenção para a «vertente espiritual do sítio», que será um aspecto «muito inovador» desta exposição.
Para a ilustrar, a mostra apresentará, pela primeira vez, ao grande público, peças religiosas, como os rolinhos de chumbo provavelmente contendo versículos do Corão, a inscrição corânica numa placa de xisto, ou ainda uma outra inscrição com referências a Alá numa placa de cerâmica, encontrada na curta campanha de escavações deste Verão.
«Em termos de espólio material, não haverá peças de grande aparato para mostrar», porque no ribât da Arrifana, na Ponta da Atalaia, o que existia era um mosteiro, habitado por monges-guerreiros e por peregrinos que escolhiam viver ali, naquela espécie de fim do mundo, fazendo uma vida frugal dedicada à oração.
A exposição resulta de uma candidatura da Associação de Defesa do Património Histórico-Arqueológico de Aljezur a um programa da delegação do Algarve do Ministério da Cultura, contando ainda com o apoio da Câmara desta vila da Costa Vicentina e de empresas locais.
Mas, mesmo assim, o dinheiro é curto, uma vez que, além da mostra em si, vai ser editado um extenso catálogo.
José Marreiros, presidente da Associação, não disfarça o seu contentamento, mas também algum nervosismo com a aproximação da data em que a exposição vai abrir, já que esta será a maior mostra alguma vez produzida e apresentada no concelho.
No dia em que o «barlavento» falou com ele, José Marreiros transportava no seu carro, de regresso de Lisboa, algumas das peças que estarão patentes e que tiveram que ser sujeitas a restauro, outra vertente que aumentou os custos da iniciativa.
«Temos mais de duas dezenas de peças de cerâmica, mas também outras peças, como lanças, contas de colar, pesos de tecelagem, objectos religiosos. Foi preciso tratar tudo isso, restaurar. E isso tem custos», explicou o presidente da Associação.
José Gonçalves, vereador da Cultura da Câmara de Aljezur, que tem dado todo o seu apoio às escavações e a esta mostra, não esconde o desejo de, através da exposição, que na Primavera do próximo ano até irá estar patente no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa, «conseguir finalmente congregar para o ribât da Ponta da Atalaia toda a atenção das entidades oficiais».
«Aquilo é demasiado importante para estar a ser investigado aos soluços, um mês em cada Verão», salientou o autarca. «Precisamos de mais», frisou.
«Esperamos que esta grande exposição chame a atenção para a importância deste sítio arqueológico único na Península Ibérica e que aproxime mais as entidades que nos deviam apoiar, como o Ministério da Cultura, mas também outras instituições e até empresas», concluiu José Gonçalves.
Enquanto estas esperanças não se concretizam, o catálogo não deverá ser apresentado já no dia 7, na abertura da exposição.
O «barlavento» sabe que a ideia seria convencer a ministra da Cultura Isabel Pires de Lima a vir até Aljezur numa outra data, para então lançar o livro, com pompa e circunstância. Mas até agora, garante o vereador José Gonçalves, ainda não há confirmação da disponibilidade da ministra.
Entretanto, abrindo as portas no dia 7 de Setembro, às 17h30, no Espaço +, a exposição «Ribât da Arrifana – Cultura Material e Espiritualidade» poderá ser vista até 5 de Outubro. Com ou sem ministra.
Elisabete Rodrigues (1 Set 2007). O Barlavento: http://www.barlavento.online.pt/index.ph
Arqueólogos descobriram os restos fossilizados dos maiores dinossauros que terão pisado terras australianas. Os dois Titanossauros, descobertos em 2005 e 2006 no estado de Queensland, a Sul da Austrália, dão um alerta para a riqueza do passado pré-histórico deste país.
Cooper e George, assim baptizados, foram descobertos há dois anos por agricultores da cidade de Eromanga, mas a descoberta e a investigação foram mantidas em segredo. Agora, Scott Hocknull, do Museu de Queensland, veio revelar o achado.
Com grandes caudas, longos pescoços e cabeças pequenas, os Titanossauros são as mais pesadas criaturas que habitaram a terra. Os ossos fossilizados da perna que foram encontrados medem cerca de 6 ou 7 metros. O úmero — osso longo da pata dianteira — de Cooper pesa 100 quilos e mede cerca de 1,5 metros.
Os cientistas sugerem que os dois dinossauros podem ter medido, pelo menos, 26 metros e habitaram o território australiano há 98 milhões de anos.
Na Austrália descobertas como estas são raras devido à enorme dimensão do território e à fraca densidade populacional. A descoberta permite compreender o crescimento dos grandes dinossauros e a forma como se deslocavam neste país. "Se não compreendermos o que aconteceu aos nossos animais e plantas no passado, não podemos saber o que irá acontecer no futuro", disse Hocknull.
(s/ data). Reuters/O Público: http://www.publico.clix.pt/pesoemedida/n
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