A Câmara da Guardar pretende potenciar da melhor forma a riqueza arqueológica que o concelho possui, catalogando e tornando «visitáveis» ao público quatro sítios históricos e emblemáticos do concelho. A data de conclusão do projecto "Patrimonium, estudo e valorização do património da Guarda", candidatado ao Programa Operacional da Cultura e que representa um investimento de cerca de um milhão de euros comparticipado pelo FEDER em 663 mil euros, é 30 de Setembro de 2008.
A Torre de Menagem, a estação arqueológica da Póvoa do Mileu e os castros do Tintinolho e do Jarmelo são os locais intervencionados.
A Torre de Menagem, onde será criado um Centro de Recepção de Visitantes, passará a ser o ponto de partida para o início de diversos percursos pedonais e de automóvel para os três núcleos arqueológicos que estão a ser investigados. Vítor Pereira, arqueólogo da autarquia, explica que este projecto visa «não só o conhecimento efectivo dos sítios, através de escavação e do restauro», mas também tornar os locais «visitáveis» e colocar informações detalhadas sobre os mesmos à disposição do público.
O técnico adianta que há duas vertentes a seguir. A primeira versa sobre a «investigação dos sítios em si», de modo a que se consiga obter o «conhecimento efectivo» dos pontos de interesse, uma vez que aquilo que se sabe sobre os castros do Tintinolho e do Jarmelo, por exemplo, é «muito pouco». Por isso, está a efectuar-se uma intervenção arqueológica «em diversos passos, de forma a conseguirmos perceber que tipo de ocupação é que esses sítios tiveram e se são castros com ocupação na Idade do Bronze Final ou do Ferro e se depois tiveram uma sequência ocupacional até à Idade Média», refere. Pretende-se ainda compreender o estado em que se encontram as estruturas encontradas e «todo um leque de informação que nos permita conhecer de facto os sítios», acrescenta. Outra vertente, que não deixa de estar ligada à da investigação, é a disponibilização da informação recolhida aos visitantes.
Os trabalhos não se iniciaram todos ao mesmo tempo. Assim, no passado mês de Julho arrancaram as intervenções de «conservação e restauro» na Póvoa do Mileu. Entretanto, quando toda a área escavada em anos anteriores foi restaurada, o que sucedeu há cerca de duas semanas atrás, a equipa de restauro, liderada pelo arqueólogo Hugo Faustino, iniciou os trabalhos no Castro do Jarmelo. Actualmente estão a decorrer em simultâneo escavações no Mileu e no Tintinolho. Fora do projecto "Patrimonium" ficou o Cabeço das Fráguas, que está "entregue" a uma equipa do Instituto Arqueológico Alemão: «Estiveram lá em Março e Abril deste ano e estamos a aguardar os resultados das sondagens. O material ainda está em estudo e nesta fase estarão provavelmente a elaborar o relatório», indica Vítor Pereira.