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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...



Sábado, 11.08.07

Homo Habilis e Homo Erectus viveram lado-a-lado

 O Homo Erectus e o até agora considerado seu antepassado Homo Habilis viveram durante muito tempo lado-a-lado na África Oriental, revela um estudo da revista «Nature», pondo em causa a actual teoria da evolução humana.


Os dois novos fósseis que vieram inesperadamente redesenhar a árvore da evolução humana foram descobertos em 2000 na margem Leste do lago Turkana, no Quénia, por uma equipa científica internacional conduzida por Fred Spoor, do University College de Londres.



   Homo erectus


  Homo habilis



Tratam-se, por um lado, dos fragmentos mais recentes jamais encontrados de um maxilar superior de um Homo Habilis, datados de 1,44 milhões de anos, e, por outro lado, de um crâneo de um Homo Erectus notavelmente bem conservado e paradoxalmente mais antigo, com 1,55 milhões de anos.
Segundo os investigadores, esta descoberta contraria as teorias actuais e prova que as duas espécies de hominídeos não se sucederam na escala da evolução, mas conviveram lado-a-lado durante muito tempo, provavelmente um milhão de anos, na bacia do Turkana.



Actualmente, considera-se que o Homo Habilis, assim denominado em 1964 porque utilizava utensílios de pedra rudimentares, é uma espécie do género Homo cuja aparição é situada geralmente há aproximadamente 2,5 milhões de anos.
Há cerca de 1,8 milhões de anos estes «inventores de utensílios» teriam dado lugar ao seu descendente, o Homo Erectus, descrito como um estádio da evolução da espécie humana desde 1891 a partir de fósseis encontrados na Ásia com cerca de 800.000 anos.
Durante o século XX, foram desenterrados em África fósseis muito mais antigos desta espécie, considerada a que iniciou a conquista progressiva do planeta.
No entanto, face aos novos ossos encontrados na localidade de Ileret, Quénia, impõe-se, segundo os investigadores, uma nova redacção do primeiro capítulo da história humana.
Para os autores da descoberta, a prova obtida sobre a coexistência entre o Homo Erectus e Homo Habilis torna doravante «pouco provável» que o primeiro tenha evoluído a partir do segundo.
Os investigadores acreditam que as duas espécies devem ter começado a desenvolver-se a partir de um antepassado comum que poderá ter existido há dois ou três milhões de anos, período pobre em fósseis imputáveis ao tipo Homo.
Os dois hominídeos permaneceram sempre espécies separadas, o que, segundo os investigadores, significa que ocuparam cada um o seu próprio nicho ecológico, o que evitou uma concorrência directa entre si.
Os dentes e os maxilares menos potentes do Homo Erectus correspondem a um regime alimentar que inclui mais carne, gorduras animais e outros alimentos mais tenros, contrariamente ao Homo Habilis, adaptado a uma alimentação mais dura, de origem vegetal (por exemplo, nozes ou tubérculos).
Hoje, os gorilas e os chimpanzés actuais compartilham em certas regiões da África os mesmos habitats sem entrar em conflito: embora ambos apreciem frutos maduros, os gorilas passam mais tempo a esmagar vegetação dura, como os rebentos de bambú, enquanto que os chimpanzés partem à procura de outros alimentos, incluindo a carne de pequenos mamíferos.
Desta forma, concluem os autores do estudo, também os primeiros hominídeos poderiam ser vizinhos sem misturarem as famílias.


(08 Ago 07). TSF on line: http://tsf.sapo.pt/online/ciencia/interior.asp?id_artigo=TSF182734


 

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por noticiasdearqueologia às 09:20

Sábado, 11.08.07

Faro: Três sepulturas romanas do século III


Três sepulturas de uma necrópole foram retiradas do Largo das Mouras Velhas, no centro de Faro, no âmbito das escavações arqueológicas que antecedem a construção de um parque de estacionamento subterrâneo naquele local.

Segundo disse à Lusa fonte da autarquia, estima-se que as sepulturas datem dos séculos III e IV e sejam parte da vasta necrópole da cidade de Óssonoba, nome dado pelos romanos a Faro, da qual foram já encontradas mais de uma centena de sepulturas.


A descoberta aconteceu durante os trabalhos arqueológicos que visam minimizar o impacto sobre o património que a construção do parque de estacionamento, que deverá ter 224 lugares, implica.


Depois de catalogadas e fotografadas, as sepulturas vão integrar o espólio do Museu Municipal de Faro.


Em 1878, o arqueólogo Estácio da Veiga descobriu no mesmo local 38 sepulturas e cerca de 60 anos mais tarde foi Abel Viana que escavou mais sete sepulturas daquela necrópole, na Rua D. João de Castro.


Escavações mais recentes efectuadas no Largo 25 de Abril e Rua João Lúcio, há cerca de três anos, trouxeram à luz do dia mais 90 sepulturas, permitindo definir com maior precisão os limites da maior necrópole romana de Ossónoba.


Esta situava-se fora da antiga cidade romana e o seu perímetro pode ser definido como ocupando a área que vai desde o bairro do Teatro Lethes até à Pontinha, passando pela Rua de Portugal e Largo 25 de Abril.


Lusa (26 Jul 2007): http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/McBAmwotR%2FFtla%2FZDoVugg.html


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por noticiasdearqueologia às 02:07

Sábado, 11.08.07

Parte de necrópole islâmica descoberta em Beja

Obras de remodelação da rede de água fazem descobrir sete sepulturas.


Sete enterramentos da época islâmica foram descobertos nas Portas de Mértola, em Beja, fazendo supor uma necrópole de maiores dimensões já referenciada por especialistas.





Obras na Rua de Mértola, em Beja, fizeram descobrir recentemente sete sepulturas do que parece ser parte de uma necrópole islâmica extra-muralhas, de uma época posterior ao século X, até então apenas suposta pelos arqueólogos. A ocorrência foi detectada durante os trabalhos de remodelação da rede secundária de abastecimento de água, no troço que atravessa o centro histórico, obra da responsabilidade da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) e que colocou à superfície sete enterramentos, sem espólio algum associado, mas com a marca distintiva dos rituais fúnebres islâmicos: corpo em decúbito lateral, deitado sobre o ombro direito, e com a face voltada para Nascente.
Segundo Miguel Serra, natural de Beja e arqueólogo da Palimpsesto, empresa de Coimbra que está fazer o acompanhamento arqueológico da intervenção, trata-se de um "conjunto muito pequeno e muito destruído, em péssimo estado de conservação, quer por destruições antigas, quer por destruições mais recentes de várias obras que já tiveram aqui lugar". As ossadas apareceram atravessadas por antigos arruamentos, tubagens de água, esgotos e electricidade, sendo que um dos esqueletos foi destruído numa pequena parte por um colector antigo da cidade, que terá entre 100 e 200 anos e que constitui outras das ocorrências arqueológicas da intervenção. "Estamos a falar de uma zona que está muito remexida, pelo que foi um pouco uma sorte encontrar alguma coisa aqui", realça Miguel Serra, admitindo que uma necrópole desta natureza "ocupará uma área muito maior, estendendo-se se calhar por toda a zona das Portas de Mértola", o que vem confirmar uma hipótese académica dos arqueólogos Cláudio Torres e Santiago Macias, que supunham a existência de uma necrópole islâmica num ponto das Portas de Mértola mais próximo das muralhas. A suposição também é corroborada, diz, pelo testemunho de algumas pessoas mais velhas, que se recordam de ter visto "esqueletos inteiros" sensivelmente na mesma zona, em obras ocorridas há décadas.
Já escavadas e retiradas, as ossadas – três em bom estado, as restantes muito parciais – seguirão agora para Coimbra, onde serão estudadas em laboratório por uma equipa de antropologia física, que tentará apurar eventuais patologias ou hábitos alimentares, detectáveis através da dentição. Os dados recolhidos no local permitem, para já, afirmar estarmos perante os restos mortais de duas crianças, um idoso, uma jovem adulta, com idade entre os 20 e 30 anos, um juvenil do sexo masculino, e um outro adulto do sexo masculino, com idade superior a 30 anos.

Beja romana poderá ter tido "maior extensão"
Apesar de uma "relevância científica muito grande", o achado não se reveste de igual importância do ponto de vista patrimonial, tendo em conta o péssimo estado de conservação dos ossos, o que também se deve ao tipo de solo que os albergou durante séculos. "Não há justificação nenhuma para conservar o que está ali. Será retirado, analisado em laboratório, processado e elaborados os relatórios. As ossadas, em concreto, são sempre difíceis de conservar no local e sobretudo numa via pública", explica Miguel Serra, referindo-se também ao achado de estruturas romanas, nomeadamente um piso em opus signinum, um material de revestimento muito comum para impermeabilizar tanques, por exemplo, e que poderá fazer supor "uma maior extensão da cidade romana" – "em teoria, estamos fora dos limites da cidade romana. Se não estou em erro, esta é a primeira evidência arqueológica da época romana deste lado da cidade, exterior às muralhas".
Quanto à amostra de necrópole islâmica encontrada, ela não interferirá no andamento dos trabalhos de remodelação da rede de água no centro histórico, que nunca chegaram a estar parados, seguindo-se agora uma fase de "trabalho de gabinete", de modo a confirmar ou desmentir suposições. "O que temos ali é um troço de 5 por 1, 5 metros dentro de uma vala. Não temos elementos para saber qual a extensão total. Teremos que cruzar isto com outros dados que existam de outras intervenções arqueológicas, para ver se há mais ocorrências deste género, que eu não conheço. Esta zona da cidade, desse troço da muralha para Leste, é uma zona em branco, não há quase nada identificado em termos históricos", conclui o arqueólogo.



Sergivs: Apesar desta notícia já ter uns mesitos, pela sua importância, decidi colocá-la no blog.
Ferreira, Carla (30 Nov 2006). Diário do Alentejo.
Foto: José Serrano


http://da.campodosmedia.com/jornal/index.php?link=noticia&id=3685

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por noticiasdearqueologia às 01:54


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