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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
As diversas populações que passaram por Idanha-a-Velha, a antiga Egitânia romana, deixaram os seus testemunhos materiais, conferindo-lhe um papel de relevo na história e no destino da Beira Interior. Tendo sido capital da civitas Igaeditanorum, parece ter sido fundada sob o imperado de Augusto. Uma inscrição datada do ano 16 a.C., onde Quintus lallius, cidadão da Emerita Augusta (Mérida) "deu de boa vontade um relógio de sol aos Igeditanos", testemunha a existência no núcleo urbano nesse momento cronológico.
Em 105, a povoação aparece referida numa inscrição da monumental ponte de Alcântara, notável obra de engenharia romana, como um dos municípios que contribuíram na sua construção.
Diversos são os vestígios legados pelo domínio romano, como o podium de um templo, no qual assentou a Torre dos Templários(12), a Porta Norte e respectiva muralha(1 e 6) e um conjunto excepcional de lápides funerárias.
Não existido oppidae anteriores, teria de haver um maior investimento nas diversas edificações públicas, dirigidas pelos magistri, que governavam a civitas.
Em termos urbanísticos, não se indicia a existência de uma acrópole, ao contrário de outras cidades romanas, talvez por ter sido implantada numa ligeira ondulação de terreno. Todavia, tal facto não impediu que o seu principal centro cívico fosse instalado num dos seus pontos mais elevados, embora comprometesse a respectiva monumentalidade. Não detendo elementos seguros, que permitam a reconstituição do forum, os vestígios arqueológicos de Idanha-a-Velha possibilitam a sua localização. A identificação do podium do templo romano. permitiu localizar o centro político, administrativo, social e religiosos da cidade. Sobre o dito podium foi construída uma torre de menagem pelos templários. A Sul do forum observam-se vestígios de uma outra construção romana, talvez relacionável com o edifício das termas, datáveis do século III d.C.
No período visigótico, a cidade alcançou alguma predominância, já que cunhou moeda em ouro (trientes). Já convertida ao cristianismo, foi também sede de bispado, desde 599. Aliás, desse período reconhecem-se alguns testemunhos como o Baptistério, as ruínas anexas do "Palácio dos Bispos" e a basílica paleocristã ou Sé-Catedral (2,3 e 4). Possuindo três naves, foi fundada no século IV, quando Idanha era sede de bispado, tornando.-se numa das povoações mais importantes de toda a região da Beirã. Recorde-se que esta basílica foi sujeita a uma remodelação durante o século IX, sendo posteriormente adaptada a outros estilos entre os séculos XIV e XVI.
Os Árabes ocuparam a cidade até à sua reconquista por D. Afonso III, Rei de Leão, fazendo parte do Condado Portucalense aquando da fundação de Portugal. Mais tarde D. Afonso Henriques entregou-a aos Templários. Em 1229 D. Sancho II deu-lhe foral. D. Dinis incluiu-a na Ordem de Cristo (1319), seguindo-se outras tentativas de repovoamento. D. Manuel I, em 1510, institui-lhe novo foral de que o Pelourinho(11) ainda é testemunho. Em 1762 figurava como vila, na comarca de Castelo Branco; em 1811, ficava anexa a Idanha-a-Nova; em 1821 tornava-se de um pequeno concelho, extinto em 1836.
Ao longo dos séculos, pretendeu-se reorganizar todo o espaço urbano, revitalizando-o no domínio social, económico, politico e cultural, porém, o seu percurso histórico, estava traçado, ditando o seu abandono progressivo. A sua classificação como Monumento Nacional implicou algumas obras de recuperação e reabilitação, nomeadamente, a criação de um passadiço de visita, no coroamento da muralha na zona da Porta Norte, reconstruindo-se os torreões aí existentes e uma antiga casa de fundação manuelina.
http://www.ippar.pt/monumentos/sitio_ida
http://www.cm-idanhanova.pt/turismo/perc
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