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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Terça-feira, 22.05.07

Convento de Cristo em Tomar: 21 Maravilhas de Portugal

O Convento da Ordem de Cristo e o Castelo Templário, em Tomar, formam um conjunto monumental único no seu género. O Castelo foi fundado em 1160 por Dom Gualdim Pais, Mestre provincial da Ordem do Templo em Portugal, e dentro das suas muralhas viveram as primeiras gentes de Tomar. O coração da fortaleza, a Alcáçova, com a torre de menagem, foi construída a Oriente; o lugar místico, a Igreja octogonal Templária, foi construída a Ocidente. Com o extermínio da Ordem pelas perseguições de Filipe, o Belo, Rei de França, os Templários encontraram, em Portugal, a continuidade da sua sagrada missão de Cavalaria.



A Ordem do Templo foi extinta em 1312, mas os seus bens e, em parte, a sua vocação, foram transmitidos, em Portugal, à Ordem de Cristo, criada em 1319. Sob os auspícios de D. Dinis é então fundada a “Ordem dos Cavaleiros de Cristo”, a qual foi durante quatro anos negociada pelo monarca com a Santa Sé, e veio a integrar pessoas e bens da extinta Ordem do Templo. É com a Ordem de Cristo que a nação portuguesa se abre para a empresa das descobertas marítimas do séc. XV. Tomar é, então, sede da Ordem e o Infante D. Henrique o seu Mestre.


Com a expansão da fé cristã e do reino, também a sede da Ordem de Cristo se dilata. Os séculos e a história de Portugal vão deixando na arquitectura do Convento testemunhos do tempo e dos homens que lideraram os destinos de Portugal. Durante o governo do infante D. Henrique foram construídos dois claustros Góticos no Convento. Com D. Manuel, a igreja templária é prolongada para Ocidente por uma construção que serviria o Capítulo da Ordem. Profusamente impregnada pela simbólica dos Cavaleiros de Cristo, esta construção aloja na sua fachada ocidental a famosa Janela da Sala do Capítulo, de Diogo de Arruda (cerca de 1510). Mais tarde, D. João III pretende fazer profundas mudanças na Ordem, alterando as suas Regras e transformando os Cavaleiros em monges contemplativos; é a partir deste reinado que se iniciam importantes trabalhos de ampliação do Convento, com vista a consumar a Reforma da Ordem. Esses trabalhos vão continuar através de vários reinados, até ao século XVIII, deixando marcas de diversas tendências artísticas. O Convento de Cristo encerra no seu conjunto arquitectónico testemunhos da arte do Românico, Templária, do Gótico e do Manuelino, ao tempo das Descobertas, do Renascimento Joanino, do Maneirismo, nas suas várias facetas e, por fim, do Barroco, presente em várias ornamentações arquitectónicas.


Da estrutura arquitectural do Convento, além das edificações construídas em torno da igreja templária, há a salientar o conjunto de quatro grandes claustros articulados por dois eixos em cruz latina, e também um aqueduto com 6Km de extensão mandado edificar por Filipe II. Integra os domínios conventuais uma área de floresta e cultivo, conhecida por Mata dos Sete Montes por estar confinada por sete colinas de acentuado relevo.
Outras Designações: Mosteiro de Cristo


http://www.7maravilhas.sapo.pt/mon05.html


[IPPAR ]

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por noticiasdearqueologia às 23:56

Terça-feira, 22.05.07

Castelo de Óbidos: 21 Maravilhas de Portugal

São ainda obscuras as origens da fortaleza. Ao que tudo indica, a sua posição dominante em relação à extensa lagoa a ocidente, favoreceu a instalação de um primitivo reduto fortificado de origem romana. A Alta Idade Média não deixou vestígios aparentes da sua presença e será apenas na viragem para o século XII, que Óbidos voltará a merecer referências documentais precisas. No mesmo impulso expansionista que levou as fronteiras de Portugal até à linha do Tejo, em 1147, a vila passou para a posse de D. Afonso Henriques, ficando para a posteridade uma tradição de tenaz resistência por parte dos muçulmanos1. Anos mais tarde, na sequência das investidas almóadas de final do século, coube a D. Sancho I reconquistar a localidade, dotando-a então de condições mais efectivas de povoamento e de organização.


O ano de 1210 é uma das datas mais marcantes da vila. Nesse ano, foi doada às rainhas, passando a figurar como uma importante localidade da casa das soberanas nacionais. Com presença assídua dos casais régios ao longo das Idades Média e Moderna, Óbidos floresceu e foi sucessivamente enriquecida por obras de arte. O mecenato artístico patrocinado por D. Leonor (século XV) e, especialmente, por D. Catarina (século XVI), marca, ainda hoje, a paisagem arquitectónica da vila.



O castelo e as muralhas de Óbidos evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média. Apesar de serem obra inventiva do século XX, asseguram a todos os que se dirigem à vila a identidade daquele passado emblemático. Desconhecemos a configuração do perímetro amuralhado inicial, contemporâneo da acção dos nossos primeiros monarcas. A torre do Facho, no limite Sul das muralhas e ocupando um pequeno monte, tem vindo a ser atribuída à reforma de D. Sancho I.


Mais consensual é a expansão urbana verificada na viragem para o século XIV. Com D. Dinis, Óbidos cresceu para fora das muralhas, ocupando o espaço em torno da igreja de São Pedro2. Paralelamente, deu-se a reforma do sistema defensivo e consequente actualização do dispositivo militar. Campanha que deverá ter conferido a actual configuração ao perímetro amuralhado. Anos mais tarde, D. Fernando terá patrocinado novas obras, tendo a torre de menagem ainda o seu nome.


Dividido em duas zonas essenciais, a cerca define um perímetro bastante irregular, de feição rectangular e não oval, como seria frequente na castelologia gótica nacional. Entre o castelo propriamente dito (a Norte) e a Porta da Vila (a Sul), a Rua Direita estabelece a comunicação e aparece como o eixo de circulação privilegiado dentro da vila. Sensivelmente a meio, a Praça de Santa Maria é o principal largo do conjunto, ocupando um espaço quadrangular que corresponde ao adro da igreja tutelar da vila.


A reinvenção do castelo deu-se na década de 30 do séc. XX. Por acção da DGEMN, que visava reverter o conjunto à sua imagem medieval, todos os parapeitos foram dotados de ameias, assim como se reedificaram torres e troços que, entretanto, haviam sido destruídos. No final dos anos 40, construiu-se a pousada, no local do antigo paço, e toda a vila foi dotada de uma homogeneidade estética que passou pelo revestimento de cal das fachadas e pelo pavimento uniforme de todas as ruas.


http://www.7maravilhas.sapo.pt/mon04.html
[IPPAR (PEREIRA, 1988; SILVA, 1994)]

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por noticiasdearqueologia às 23:53


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