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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Sexta-feira, 25.09.09

Linhas de Torres valorizadas: Forte do tempo de Napoleão totalmente recuperado

 Na manhã do passado dia 12 o presidente da Câmara Municipal de Mafra, José Ministro dos Santos, inaugurou a recuperação do forte do Zambujal, entre Mafra e a Carvoeira. A embaixadora da Noruega, Inga Magistad, também esteve presente.

O forte do Zambujal insere-se num plano de intervenções intermunicipal (2008-2011) permitindo, futuramente, a implementação de uma rota turística que abrange fortes, quartéis-generais, centros interpretativos e outros locais de interesse.

O projecto intermunicipal (Mafra, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras, Loures e Vila Franca de Xira) tem como principal objectivo a investigação e a valorização turística do património histórico-militar relacionado com as Linhas de Torres (1º e 2ª linhas), com financiamento da Islândia, Liechtenstein e Noruega através do mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu.

Apesar do tempo chuvoso compareceram no local o presidente da Assembleia Municipal de Mafra, vereadores, director de Infra-estruturas do Exército, em representação do chefe do Estado-Maior do Exército; director do Museu da Marinha, em representação do chefe do Estado-Maior da Armada; comandante da EPI, em representação do comandante de Instrução e Doutrina do Exército; um representante do director de História e Cultura Militar; comandante do Regimento de Queluz; novo comandante do CMEFD, director da licenciatura em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, párocos de Mafra e Carvoeira, bem como outras entidades civis, militares e muito povo.



Proteger e conservar o património das Linhas de Torres

Após o descerramento da placa que assinala a inauguração da recuperação do forte do Zambujal usou da palavra Ministro dos Santos, que fez questão de salientar que “há duzentos anos milhares de camponeses estremenhos abandonaram as suas terras para construir, em segredo absoluto, o mais eficiente sistema de fortificações de campo da História militar: as Linhas de Torres. Executado sob o comando inglês, o impressionante conjunto de 152 redutos permitiu travar o avanço do exército francês que se dirigia para Lisboa. Foi o início do fim da carreira vitoriosa de Napoleão. Por isso, valorizar este legado é muito mais do que assumir o desafio de proteger e conservar o património das Linhas de Torres; é difundir os factos sociais, políticos, económicos, culturais e militares associados a um conflito à escala europeia. É evocar um passado comum de muitas nações, que marcou o dealbar da Idade Contemporânea. Depois da abertura ao público do Circuito da Enxara – o primeiro concluído no âmbito da “Rota Histórica das Linhas de Torres” - o município de Mafra assinala a concretização do processo de escavação, restauro e valorização do forte do Zambujal: escavação arqueológica, identificando com rigor a planta do monumento e as técnicas de construção, mas também estrutura perecíveis em madeira datadas da época, circunstância rara em Portugal; restauro, efectuando a integração e a estabilização das estruturas que se encontravam em ruínas, fruto da erosão natural a que foram sujeitas durante dois séculos; valorização, colocando equipamentos de apoio ao visitante, tais como a ponte, os percursos pedonais ou a sinalética. A partir de hoje a Câmara Municipal disponibiliza à fruição do público uma realidade para muitos desconhecida, mas que constitui um desafio ao conhecimento”. O autarca concluiu assim o seu discurso: “no momento em que se conclui o primeiro processo de escavação, restauro e valorização alargada no âmbito das Linhas de Torres, saúdo todos aqueles que colaboraram activamente, integrando uma verdadeira equipa de trabalho: o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, a Direcção de Infra-Estruturas do Exército, a Escola Prática de Infantaria, as Juntas das Freguesias da Carvoeira e de Mafra, a fanfarra do Regimento de Artilharia Antiaérea 1, os alunos do curso de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a equipa técnica de arqueólogos e restauradores. Para a sua efectiva concretização, não posso deixar de registar a oportunidade do apoio financeiro atribuído pela Noruega. Assim, permitam-me que enderece os melhores agradecimentos à senhora embaixadora, que muito nos honra com a sua presença”.



Até houve disparo de canhão

A embaixadora da Noruega, Inga Magistad, também usou da palavra, em inglês, para se congratular com a valorização do forte do Zambujal que teve o apoio do seu país.

Durante a visita ao forte teve lugar a animação histórica a cargo do Pelotão 1810 da Escola Prática de Infantaria e da fanfarra do Regimento de Artilharia Antiaérea nº 1.

Nada faltou até um disparo do canhão, da época de Napoleão e tiros de espingarda.

Fique sabendo que visitar o forte do Zambujal é assim uma viagem com dois séculos, a uma realidade, que muitos desconhecem, mas que deixou inúmeros vestígios que importa proteger, investigar e divulgar.


Fonte: (25 Set 2009). Badaladas: http://www.badaladas.pt/site/php/noticia.php?ide=2803&idr=300002&idn=18

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por noticiasdearqueologia às 21:41



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