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Os arqueólogos confirmaram este ano que os achados dos fornos do Morraçal da Ajuda, em Peniche, correspondem à primeira olaria da Lusitânia, donde saíram as ânforas usadas como recipientes do peixe que era consumido no império romano.
"Trata-se da primeira olaria identificada onde foram fabricadas ânforas que envasavam derivados de peixe para todo o império romano à época do imperador Augusto", afirmou à Lusa o arqueólogo Guilherme Cardoso.
A hipótese já tinha sido colocada em 1998, logo que foram descobertos os primeiros achados arqueológicos e à medida que foram sendo descobertas "uma grande quantidade de fragmentos de ânforas".
Contudo, só agora as hipóteses levantadas pelos arqueólogos foram confirmadas através da análise laboratorial do espólio encontrado.
"Antes da descoberta sabia-se que os romanos tinham passado por Peniche, mas não se sabia para quê e agora sabemos que era para pescar e produzir conservas de peixe, que enviavam para todo o império", explicou.
Apesar de não haver vestígios da prática da pesca ou de indústrias de derivados de peixe, os arqueólogos acreditam que a tradição piscatória e de conservas de peixe em Peniche remonta a essa altura, há mais de dois mil anos.
Só assim se justifica a existência de uma importante olaria para produção de ânforas, que serviam para depositar peixe e seus derivados.
Os fornos romanos do Morraçal da Ajuda foram descobertos em 1998, durante os trabalhos de terraplanagens para campos de ténis.
Fonte: FYC (18 Ago 2009). Expresso: http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=storie
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