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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...



Domingo, 12.08.07

Supermercado mata ruínas romanas


 
Alguns vestígios da antiga vila romana vão morar agora no museu concelhio de Loures


E m Agosto do ano passado, as escavações arqueológicas realizadas em Almoinhas, no concelho de Loures, foram apresentadas publicamente como constituindo parte de um grande aglomerado agrícola romano, que abasteceria a Olisipo (actual Lisboa). Um ano depois, aquela descoberta, que alguns especialistas em arqueologia consideraram como uma das maiores da Área Metropolitana de Lisboa, desapareceu para dar lugar, nas próximas semanas, a várias estradas e a um hipermercado.
A autarquia defende-se com o antigo licenciamento do empreendimento comercial e promete que alguns dos achados arqueológicos, que foram retirados da vila romana, já identificada desde 1960, serão catalogados e expostos nos próximos meses.
É irreversível a destruição daquele património, que começou a ser colocado à luz do dia por uma equipa de 20 arqueólogos em Outubro de 2005.
Neste momento, no local que atestava a presença romana durante os séculos I a V, é possível verificar que os acessos à futura superfície comercial são já uma realidade.
"É lamentável o que ali se passou porque se deveria ter optado por uma outra solução, que não fosse simplesmente fazer desaparecer aquele valioso testemunho histórico para dar lugar ao LIDL", acusou António Almeida, presidente da Associação de Defesa do Ambiente de Loures (ADAL), que solicitou à Câmara Municipal o embargo da obra.
Perante a impossibilidade financeira do município, coube à cadeia LIDL custear os 450 mil euros das escavações e da contratação de uma empresa de arqueologia.
Ao JN, fonte da autarquia garantiu que "foram recolhidos os materiais possíveis" e que estes, depois de estudados e catalogados, rumam ao museu concelhio.
"Há toda uma área que não foi escavada e que permanecerá por trabalhar. Quanto ao LIDL, não só suportou os trabalhos de prospecção como o projecto já estava licenciado", disse ao JN a mesma fonte.


Nuno Miguel Ropio (30 Mai 2007). Jornal de Notícias. http://jn.sapo.pt/2007/05/30/pais/supermercado_mata_ruinas_romanas.html

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por noticiasdearqueologia às 23:11


3 comentários

De Iduna a 12.08.2007 às 23:37

Grrrrrr... já não posso com supermercados e centros comerciais... à força que nos querem impingir grandes amontoados de betão... E depois ainda destroem tudo e mais alguma coisa...
Peço desculpa em ter vindo chatear...

De Sérgio a 13.08.2007 às 00:18

Não chateias absolutamente nada.
Infelizmente, a destruição do património histórico e arqueológico é uma realidade em Portugal, motivada por interesses económicos, e não só. O mais triste é passividade e cumplicidade das autoridades arqueológicas e autárquicas.

De Sérgio a 23.08.2007 às 22:19

Filipe Oliveira Oliveira (comentário enviado por mail em 15 Ago 2007):
Como é possível isto acontecer? Bem sabemos que, num país com a nossa história, arriscamo-nos a fazer um buraco e descobrir um testemunho arqueológico. Também sabemos que é insuportável economicamente garantir trabalhos de arqueologia e mantê-los a descoberto, como local de visitas. Sabemos ainda que as cidades têm de responder ao 'suposto' aumento da população. Agora o que não entendo é que se em causa estivéssemos a falar de um equipamento social - tipo: hospital, centro de saúde, escola, jardim - agora, de um supermercado? Ainda por cima um supermercado de low-cost que mais não é que um armazém. Sem lojas, não cria estacionamento , não têm valências como outros hipers (pelo menos é que conhecemos destas superfícies comerciais). O problema só é resolvido quando a gestão territorial deixar de ser feita pelas 'juntinhas' e municípios '. Assim, talvez acabem estes exemplos. Peço desculpa pela indignação das minhas palavras.

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