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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Dois mosaicos dos séculos III e IV estão entre os achados arqueológicos das escavações efectuadas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) no centro histórico da cidade.
"São achados arqueológicos que comprovam a importância económica da cidade de Setúbal naquela época", disse à Lusa Carlos Tavares da Silva, responsável pelas escavações do MAEDS, durante uma visita guiada a alguns dos locais onde foram encontrados vestígios arqueológicos da época romana e do período islâmico.
"A autarquia está a dar apoio ao nível do estudo e da conservação dos mosaicos da Rua António Joaquim Granjo. Foi a autarquia que alugou a casa para as escavações, estando prevista a musealização daquele espaço", acrescentou o arqueólogo do MAEDS.
Além do mosaico da Rua António Joaquim Granjo, e de outro semelhante numa casa particular da rua Arronches Junqueiro, as escavações do MAEDS, perto do Miradouro de São Sebastião, permitiram também descobrir um reservatório de água do século X (d.C.) - que fornecia água a Cetóbriga (Setúbal na época romana)- e um cemitério do período islâmico.
Segundo Carlos Tavares da Silva, trata-se de uma "zona sepulcral em que o morto era colocado com as pernas ligeiramente flectidas e com a cara virada para Meca. O morto, como era característico do ritual islâmico, não tinha caixão nem espólio".
"Até agora recuperámos cinco esqueletos", disse o arqueólogo, adiantando que ainda só foi escavada uma pequena parte do antigo cemitério islâmico.
Durante a vista guiada aos dois mosaicos em casas particulares das ruas António Joaquim Granjo e Arronches Junqueiro, a directora do MAEDS, Joaquina Soares, salientou a importância da preservação dos vestígios "in situ", ou seja, nos locais onde foram encontrados.
Uma ideia corroborada pelo arqueólogo Carlos Tavares da Silva, que também sublinhou a importância da nova atitude dos proprietários de edifícios onde são encontrados vestígios histórico da cidade de Setúbal, que mostraram interesse na preservação daquele património arqueológico.
O percurso efectuado por dezenas de setubalenses interessados em conhecer o património histórico da cidade incluiu uma breve passagem pelas instalações musealizadas da antiga Região de Turismo Costa Azul, onde o chão de vidro permite observar um conjunto de tanques da época romana utilizados para a salga de peixe.
Trata-se de um exemplo dos muitos vestígios arqueológicos da baixa da cidade de Setúbal, que evidenciam a importância económica da antiga Cetóbriga, durante a ocupação romana, com base na produção e exportação de sal para outros países europeus.
Fonte: (19 Mai 2009). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/Interio
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