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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
O livro «Arte Rupestre en la Cuenca del Guadiana - El Conjunto de Grabados del Molino de Manzánez (Alconchel-Cheles)», da autoria do arqueólogo espanhol Hipólito Collado Giraldo, foi hoje lançado, em Badajoz (Espanha). A edição é da responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva (EDIA) e consiste no quarto volume da Colecção Memórias d'Odiana, que visa a divulgação dos estudos arqueológicos relacionados com o empreendimento.
«Apesar das gravuras terem sido submersas, o que já sabíamos que iria acontecer, e nada substitua o original, qualquer pessoa, através desta base de dados, pode ter acesso ao desenho, descrição, fotografia e localização no Guadiana de cada um desses exemplares de arte rupestre», frisou.
As gravuras rupestres da margem espanhola do rio Guadiana, concentradas numa área de cerca de um quilómetro, perto do moinho de Manzánez, foram descobertas no Outono de 2000 e estudadas entre Janeiro e Outubro do ano seguinte.
Pouco tempo depois desse achado, já em 2001, foram também encontrados, do lado português do Guadiana, mais exemplares de arte rupestre, dos períodos neolítico e calcolítico, que foram igualmente estudados, tendo sido inventariadas cerca de 200 rochas.
As gravuras na zona espanhola, ainda assim, foram logo consideradas pelos especialistas como um «núcleo fabuloso», tendo António Carlos Silva realçado hoje que, além de se concentraram «numa área muito restrita», têm «grande amplitude cronológica».
«É o mais interessante e estranho, porque temos as gravuras rupestres propriamente ditas, desde o paleolítico superior, passando neolítico e calcolítico, até representações da Idade do Ferro, do período romano e dos séculos XV e XVI», explicou.
Mesmo os moleiros que passaram pelo moinho, «ao longo dos séculos, gravaram nas paredes e nas rochas as suas próprias mensagens, nos mesmos locais onde estavam as gravuras».
«Desde os 20 mil anos antes de Cristo (a.C.) até aos nossos dias, os diversos habitantes foram fazendo gravuras, com objectivos diferentes, mas como se aproveitassem a memória de um local especial», defendeu.
As 5.000 gravuras na margem espanhola do Guadiana, divididas em 570 núcleos, cada um com vários painéis, representam, consoante a época, animais, figuras humanas, cenas da vida dos povos, armas, entre outros motivos.
(27-04-2007). Diário Digital / Lusa
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