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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Director Regional da Cultura do Centro lembra que o que vai reabrir é um espaço cujo elemento gerador é o mosteiro, mas que se desdobra por outros equipamentos.
Para o director Regional da Cultura do Centro, António Pedro Pita, a recuperação e valorização do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha foi "uma das mais importantes" intervenções culturais a que o país já assistiu. E uma prova de que Coimbra está a mudar, observa.
Valeu a pena esperar décadas e investir 25 milhões de euros [16 milhões vieram da UE] no projecto do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha?
Valeu. O que vai reabrir não é o que fechou há uns anos: é um espaço cujo elemento gerador é o mosteiro, mas que se desdobra por outros equipamentos e espaços que dão forma a um objecto completamente diferente.
O que destaca?
O que caracteriza a singularidade daquele sítio. Nele coexistem o património, a intervenção de arqueologia e de arquitectura, que se conjugam com condições para o lazer, o turismo, o conhecimento e o acesso à criação artística contemporânea.
O que significa para Coimbra?
A reabertura de um dos seus espaços míticos e simbólicos mais importantes, mais um elemento da nova centralidade cultural que se está a definir na margem esquerda e uma possibilidade de esta se relacionar com a direita, através da relação privilegiada com o Museu Machado de Castro. Há muitos objectos que estão num lado e no outro. Além disso, é uma intervenção de grande importância no domínio da arqueologia e da história da arte. Uma das mais importantes intervenções culturais do país, que se fez em Coimbra.
A cultura, em Coimbra, não continua a ser o marasmo de que falava Eduardo Prado Coelho, em 2001?
Há mudanças muito significativas. Temos hoje uma oferta artística muito significativa e atravessamos um período de requalificação cultural muito significativo. Basta ver a reabertura do Museu Machado de Castro, o novo Museu da Ciência, o programa de acção que quer influenciar o centro histórico, a presença de grandes arquitectos em Coimbra, a requalificação do Pátio da Inquisição… Temos que ter uma leitura atenta, e em função do futuro, ao dinamismo da cidade, que traduz vontades de vários parceiros, com uma intervenção muito significativa do Ministério da Cultura.
Mas a comunidade cultural parece pessimista.
Por vezes, quando estamos metidos em determinada situação, temos dificuldade em observar todas as dimensões do contexto. Aquilo que me parece mais significativo é aquele dinamismo de que falei. Mas poderia referir outros aspectos, como o financiamento do MC, que se alterou significativamente, permitindo uma diversificação da oferta, quer em termos regionais quer locais. Temos o festival de jazz [do Jazz ao Centro Clube] apoiado; temos o reconhecimento da importância da cena lusófona, ao fim de um longo período em que não mereceu apoio de ninguém; mantém-se o apoio ao Centro de Artes Visuais, que é absolutamente fundamental para manter abertos canais com alguns aspectos da criação contemporânea…
Fonte: Nelson Morais (17 Abr 2009). Jornal de Notícias: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/I
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