Várias ossadas de dinossáurios encontradas em Andrés, Pombal, confirmaram a existência da mesma espécie nos continentes europeu e americano, constituindo um caso único deste género, a nível mundial, anunciou o Museu de História Natural.
Numa conferência de imprensa realizada junto às escavações, vários especialistas salientaram a importância da descoberta de ossadas de allosaurus fragilis, uma espécie que só havia sido identificada nos Estados Unidos, confirmando, também através da paleontologia, as migrações destes animais entre os dois continentes, há 150 milhões de anos. Então, a Europa e a América estavam unidas numa única massa de terra, separada por um pântano de grandes dimensões, e os dinossáurios circulavam livremente entre os dois continentes, explicou Fernando Barriga, um dos directores do Museu de História Natural. Há cerca de duas semanas, uma equipa de investigadores daquele departamento da Universidade Nova de Lisboa esteve no local, encontrando mais vestígios deste dinossáurio carnívoro, nomeadamente vários ossos do crânio. "Isto é muito importante porque é o primeiro caso em que se encontram os ossos do crânio" de um dinossáurio terópode "tão bem conservados", disse o paleontólogo Galopim de Carvalho, que também esteve presente na reunião. De acordo com Pedro Dantas, que coordenou os trabalhos de escavação, foram também encontrados vários ossos dos membros e da zona púbica, além de várias amostras de fauna e flora da época. "Os ossos apresentam-se geralmente muito bem conservados e completos", mas estavam muito separados, o que indica que existem mais achados no terreno por descobrir, considerou este responsável. Até ao momento, os achados indicam a existência de dois allosauros, que têm um comprimento entre sete a oito metros, com uma altura de dois metros. No Jurássico Superior, "as terras imersas da América do Norte e da Península Ibérica estavam muitíssimo mais próximas entre si do que se encontram hoje, dado que o Oceano Atlântico de então, na sua parte norte, estava apenas no início da sua abertura", explicou Pedro Dantas. Nessa época, alguns animais, entre os quais os allosaurus, "terão conseguido transitar de um lado para o outro", aumentando a sua área de distribuição.
Sergivs: Apesar da notícia já não ser actual serve para reforçar a importância da investigação em Portugal e o contributo que pode dar à ciência, contribuindo de igual modo para o reconhecimento do país e dos investigadores portugueses no seio da comunidade científica internacional.
In: (27-02-2007). Notícias do Centro.