Descobertas arqueológicas no Arrabalde.
A Câmara de Chaves candidatou a património nacional as descobertas arqueológicas do Arrabalde. Em causa estão vestígios do mais bem conservado balneário termal da Península Ibérica.
O local vai ser um museu.
Já se encontra no Instituto de Gestão do Património Arqueológico e Arquitectónico (Igespar) o pedido de classificação do balneá-rio termal romano descoberto nas escavações feitas na praça do Arrabalde, em Chaves. A autarquia pretende que o local, onde irá ser construído um museu, seja classificado como Monumento Nacional, à semelhança da Ponte Romana. As expectativas quanto à obtenção da classificação são as melhores. “Está praticamente garantida. Em conversas tidas com o Igespar, à partida, a classificação é ponto assente. Todos os investigadores portugueses e espanhóis que já visitaram as descobertas confirmam o seu interesse científico”, garante o arqueólogo municipal Sérgio Carneiro.
Independentemente da classificação, a Câmara mantém a intenção de transformar o local num museu. O projecto já está, aliás, a ser elaborado num gabinete de arquitectura de Vila Nova de Gaia. Segundo o presidente da Câmara de Chaves, João Batista, o museu terá uma cave visitável, mas a praça ficará na mesma pedonal. “Ao andar em cima da praça, as pessoas poderão ver os vestígios, graças ao recurso de materiais que o permitiam. É aquilo a que se poderá chamar a democratização da visão”, explica Batista. Na sequência da descoberta e tendo em conta a o elevado número de vestígios romanos na cidade de Chaves, a autarquia está já a preparar a realização de um congresso sobre o assunto que terá lugar no próximo ano. Existem cerca de uma centena de cidades no Império Romano que, tal como a de Chaves, que se chamava Aquae Flaviae, tem o elemento Aquae no nome. A ideia é, por isso, trazer cá especialistas que acompanharam escavações em cidades do mesmo tipo, ou seja, cidades que funcionavam em torno do balneário termal, que funcionava como um santuário religioso e à volta do qual se organizava a cidade. Portanto, o que se pretende é uma troca de experiências e de ideias entre especialistas, bem como a divulgação desta descoberta”, explica Sérgio Carneiro. De resto, será também com base nos vestígios da era romana e em todo o património classificado que a autarquia está a preparar um dossiê para uma futura candidatura da própria cidade a património do mundo.
Fonte: Margarida Luzio (14 Nov 2008). Semanário Transmontano: http://www.semanariotransmontano.com/not