Fonte: (28 Ago 2008). A Guarda: http://www.jornalaguarda.com/index.asp?idEdicao=263&id=12906&idSeccao=3264&Action=noticia
O Museu do Côa vai abrir as portas em 2009, quase 15 anos depois da polémica que suspendeu a construção da barragem em Vila Nova de Foz Côa, devido aos protestos de ambientalistas e especialistas em arte rupestre.João Pedro Ribeiro, subdirector do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), referiu que o Museu, cuja primeira pedra foi lançada pela anterior Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, encontra-se “em fase adiantada de construção e a sua inauguração está prevista para uma data ainda a definir em 2009”.Em declarações à Agência Lusa, João Pedro Ribeiro salientou que “o museu será o principal ponto de acolhimento do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC)” que tem como “objectivos essenciais divulgar e contextualizar” os achados e “contribuir para a criação de uma dinâmica cultural na região”.O projecto, num investimento total de 17,5 milhões de euros, é da autoria dos jovens arquitectos portuenses, Tiago Pimentel e Camilo Rebelo, que ganharam o concurso público internacional para a obra ao propôr um edifício com 170 metros de altura, simulando uma “gigantesca pedra” de xisto no betão através do recurso a moldes de silicone, uma técnica já usada pelo PAVC para as réplicas arqueológicas. Segundo o arqueólogo do PAVC Martinho Batista, foram efectuadas apenas quatro réplicas entre as centenas de gravuras encontradas: duas porque estavam submersas e outras por estarem em risco de serem destruídas no próprio habitat. Já a directora do PAVC, Alexandra Lima, justificou a construção do Museu com a “necessidade de uma estrutura complementar de acolhimento para receber grandes grupos”. Agora, disse a responsável, é tempo de concluir o projecto do parque e “promulgar o decreto da sua regulamentação”, consolidando a sua estrutura funcional.Emílio Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa e da Associação de Municípios do Vale do Côa, defende que o Museu não deve abrir enquanto não for acertada toda a orgânica envolvida, incluindo a recuperação do troço ferroviário Pocinho - Barca d’Alva. Caso contrário, sustenta o autarca, o projecto corre o risco de “falhar irremediavelmente” nos seus objectivos. “Não podemos confiar nas mãos do Estado uma riqueza que diz respeito a todos nós, em especial aos que vivem por cá, para que daí possa surgir desenvolvimento por si só”, afirmou.