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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Sábado, 02.08.08

Paleolítico revela-se em Vila do Bispo

Equipas constituídas por alunos da Universidade do

Algarve e estudiosos de arqueologia estão a escavar em Vale do Boi, em

plena serra algarvia, onde esperam vir a encontrar importantes

vestígios pré-históricos

Os arqueólogos tentam desvendar hoje os segredos escondidos em Vale de

Boi, Algarve, o maior sítio arqueológico do Paleolítico Superior em

Portugal. Perdido na serra, entre Lagos e Vila do Bispo, paredes meias

com uma pacata aldeia, o sítio arqueológico passa despercebido.

Descoberto há dez anos por uma equipa integrada por Nuno Bicho, da

Universidade do Algarve, o local tem sido objecto de campanhas

arqueológicas que visam reconstituir o sítio tal como era há 20 mil

anos. Nessa altura, o arqueólogo não imaginava que dedicaria a década

seguinte a estudar Vale de Boi.

Com ocupações regulares entre 25 mil e 6 mil anos atrás, o sítio era

composto por um abrigo rochoso, perto do qual se supõe que existisse

uma lagoa de ligação ao mar, onde os animais bebiam água. Do abrigo,

num ponto mais alto, viam--se as manadas, facilitando a caça, o que, a

par do acesso facilitado à água, pode explicar porque o local foi

sendo sucessivamente ocupado por comunidades humanas.

As populações que ali habitavam alimentavam-se de marisco - lapa,

berbigão, amêijoa e mexilhão -, dieta pouco frequente neste período e

que está relacionada com a proximidade do mar, a apenas a dois

quilómetros. Também caçavam animais, como o veado, cavalo, auroque

(boi-gigante já extinto) e cabra- -montesa, tendo sido encontrados

vestígios de lince, urso e lobo, que poderiam não ser para

alimentação.

Foram encontrados em Vale de Boi milhares de vestígios, sobretudo

material de pedra talhada, parte do qual seriam pontas de flecha, mas

há uma descoberta que se destaca: trata-se de uma placa de xisto com

três gravuras de animais - que se supõe serem auroques -, com mais de

20 mil anos, descoberta intacta, o que é invulgar, refere Nuno Bicho.

Foram igualmente encontradas peças de adorno feitas com pequenas

conchas e o único vestígio "verdadeiramente" humano: um dente com sete

mil anos. Mas a equipa sonha encontrar mais.

Fonte: Duarte, Maria (28 Jul 2008). Diário de Notícias.

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por noticiasdearqueologia às 11:52



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