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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...



Quinta-feira, 14.06.12

Nova teoria afirma que Amazônia pré-colombiana foi populosa

Estima-se que a população amazônica pode ter chegado a 20 milhões de pessoas
no período antes do descobrimento.


 


Foto: Getty Images: Gravura do século 18 mostra as diferentes tribos que habitavam o continente americano.



Esqueça a ideia de índios nômades percorrendo uma floresta praticamente
inabitada. A Amazônia pré-colombiana era amplamente habitada, com aldeias muitas
vezes mais populosas que as europeias. Havia enorme diversidade cultural e
grandes redes de relações entre aldeias próximas aos rios Tapajós, Madeira,
Solimões, por exemplo.


Este é o cenário - muito diferente do que foi pintado nos livros de história
- que um grupo de arqueólogos de diversos países está conseguindo comprovar a
partir de evidências em escavações e estudos na região. Fala-se em mais de 20
milhões de índios habitando a Amazônia antes da chegada de portugueses e
espanhóis, (atualmente a população indígena do país é 460 mil pessoas) e que
descarta a ideia tradicional de que se tratava de uma região virgem e
inabitada.


Também era algo muito diferente do mito do Eldorado com suas cidades feitas
de ouro que atraiam o descobridor ibérico. “Este era o modo de entender do
colonizador. O que estamos fazendo é contar a história a partir da ótica do
índio”, disse a pesquisadora da Universidade Estadual do Amazonas, Helena Lima.
“O que sabemos é que estas populações eram muito mais complexas e numerosas e
usavam técnicas de manejo bem sofisticadas”, completa.


Eduardo Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP e coordenador
do projeto Amazônia Central, faz uma estimativa mais modesta: cerca de 5,5
milhões de pessoas vivendo na Amazônia pré-colombiana. “Antigamente falava-se em
Amazônia como uma coisa só, mas o que vemos aqui é uma variabilidade cultural
incrível, tanto de língua quanto de organização política e das aldeias”.



Foto: Getty Images: Vista aérea de aldeia no Pará: região pode ter sido muito mais populosa do
que se imaginava anteriormente.


Atualmente a densidade demográfica na região amazônica é de uma a duas
pessoas por quilômetros quadrados, sendo concentrada em poucas cidades como
Iquitos (Peru), Manaus e Belém. O pesquisador colombiano Augusto Oyuela-Caycedo,
professor da Universidade da Flórida, diz que antes da chegada dos europeus
“provavelmente a população era de três a cinco pessoas por quilômetros quadrado,
com povoados com não mais que cinco mil pessoas cada”.


Michael Heckenberger, também do departamento de Antropologia da Universidade
da Florida, pesquisou áreas do Alto Xingu e fez uma estimativa de que viviam 50
mil índios em uma área de 20 mil quilômetros quadrados. “Isto consiste em uma
população maior que de países da Europa de hoje”, disse.


De acordo com os estudos, as vilas do Alto Xingu eram 10 ou 15 vezes maiores
do que as que existem hoje na região. A organização das vilas era composta por
uma praça central e circular rodeada por tabas. “As casas formavam um anel
perfeito ao longo da periferia da praça e eram cercadas por valetas com 2
quilômetros de comprimento”. De acordo com Heckenberger, no Alto Xingu, onde
hoje há uma aldeia, existiam 12.


Em outras regiões do amazonas a configurações das aldeias eram diferentes,
com aldeias lineares, voltadas para os rios. “Em relação à organização, elas não
eram tribos, mas sociedades em estado incipiente, as evidências arqueológicas
indicam um estado expansionista”, disse Oyuela.



Manejo da terra
Uma das provas destas grandes
aglomerações e do desenvolvimento da civilização é a terra preta – mudanças na
estrutura do solo que permitiam o cultivo. Os estudos mostraram que as
plantações eram feitas em pequenas quantidades de terra, cercadas por grandes
extensões de florestas. Helena explica que já naquela época se adicionava
matéria orgânica e carvão queimado a altas temperaturas para melhorar a
qualidade do solo amazônico.


Ela afirma que as grandes populações estavam concentradas na foz dos grandes
rios. “Embora sejam exatamente estas as áreas que são mais estudadas”, diz.
Nestas regiões observou-se a ocorrência da terra preta.


“Por muitos anos se pensou que a terra preta era resultado de fenômenos
naturais como cinzas vulcânicas. A resistência à idéia de que a terra preta foi
causada por seres humanos vêm de uma teoria de que a Amazônia era largamente
inóspita para o desenvolvimento das sociedades humanas complexas com grandes
aldeias”, diz Oyuela, que encontrou terra preta no Alto do Solimões, em 2005,
próximo a cidade de Iquitos. A região chamada de Quistococha foi uma grande
aldeia que ocupava até 20 hectares até o ano 900 a.D.


Helena afirma que mais de 90% das áreas habitadas hoje na região amazônica,
está sobre sítios arqueológicos e as datações são de pelo menos 2 mil anos
atrás. Segundo a pesquisadora, em regiões como o alto madeira há datações de
terra preta de quatro mil anos atrás, no Médio Amazonas foram encontradas
cerâmica e evidências de ocupações agrícola de mais dois mil anos e indícios de
cultura nômade de oito mil anos atrás.



Práticas ambientais
Os pesquisadores concordam que os
estudos da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Europa e EUA,
mostram a importância da aprendizagem das práticas do passado dos povos
indígenas na gestão da floresta para a produção de alimentos, remédios,
madeira.“Os povos indígena têm sido bem sucedidos na administração da floresta e
criou a maravilha que chamamos de Amazônia. É por isso que é importante aprender
e aplicar as lições positivas destas civilizações, que foram negadas pela
história ocidental, a mesma que nos colocou na crise climática e ecológica que
temos atualmente”, conclui Oyuela.


Fonte: (13 Jun 2012). IG: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/nova+teoria+afirma+que+amazonia+precolombiana+foi+populosa/n1237780376244.html

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por noticiasdearqueologia às 22:58

Quinta-feira, 14.06.12

Crise deixa arqueologia grega à beira do



 A Associação de Arqueólogos gregos começou
uma campanha com esculturas arqueológicas e um texto que diz: "Os monumentos não
têm voz: devem ter a tua".









Escavações sem vigilância, obras sem inspeção e falta de pessoal estão a pôr
em causa a riqueza arqueológica da Grécia, escreve hoje a enviada do 'ABC' a
Atenas, Begoña Castiella.


O Ministério da Cultura grego mantém 210 museus, 250 sítios arqueológicos
organizados e 19 mil locais arqueológicos declarados e momunentos históricos,
incluindo a Acrópole e o seu museu, o Museu Arquológico Nacional, Delgos,
Olimpia...


A austeridade levou a que 10% do pessoal se reformasse antecipadamente com 33
anos de serviço, inflingindo um duro golpe nos departamentos arqueológicos e
deixando os museus sem diretores, escreve a jornalista na sua reportagem.


Despina Kutsúmba, presidente da Associação de Arqueólogos gregos, citada no
artigo, disse que os arqueólogos que trabalham para o Estado sofreram cortes
salariais entre os 10% e os 40%. Delfina, há sete anos a trabalhar para o
Ministério, passou de 1350 euros mensais para 550 euros.


A responsável conta que apesar de não faltar pessoal para vigiar os museus,
teme-se que haja pessoas a querer espoliar escavações arqueológicas. E que há
falta de pessoas para fazer as inspeções necessárias, enquanto todas as
exposições programadas não passam disso mesmo: de ideias em programação.


Fonte: (14 Jun 2012). DN Globo:http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2609161&seccao=Europa






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por noticiasdearqueologia às 22:54

Terça-feira, 12.06.12

Exército chinês de terracota vê engrossar as suas fileiras

Exército chinês de terracota vê engrossar as suas fileiras




Os 110 guerreiros de terracota agora localizados vão juntar-se a milhares de figuras postas a descoberto nos últimos anos, junto ao túmulo do primeiro imperador da China.



A China anunciou na segunda-feira a descoberta de mais 110 guerreiros, pertencentes ao célebre exército de figuras de terracota, enterrado junto ao túmulo do imperador Qin Shihuang. Os arqueólogos chineses dizem que esta nova descoberta é uma das mais importantes, já que os vestígios se encontram bem conservados e mantém as pinturas originais. As escavações permitiram recuperar também algumas armas e elementos de carros de guerra do “exército de argila”.


“As escavações feitas no sítio arqueológico, de 200 metros quadrados, permitiram por a descoberto 110 personagens de terracota” declarou a France Press Shen Maosheng, diretor adjunto do departamento de arqueologia do museu que foi construído junto ao local na província de Xian, norte da China.
Segundo este responsável, ainda falta desenterrar dos 11 soldados de terracota, que têm a altura aproximada de um homem adulto.


O exército de terracota. Também chegado exército de argila, representa uma das descobertas arqueológicas mais importantes do século XX e tornou a localidade de Xian num dos destinos turísticos mais populares da China.                 
O exército, constituído por milhares de soldados em terracota e pelos seus cavalos foi descoberto acidentalmente em 1974 por camponeses que cavavam um poço, nas imediações do complexo funerário do primeiro imperador da china, Qin Shihuang .
Qin Shiuang (também conhecido por Qin Shihuangdi) ficou na história como o unificador do império da China e fundador da dinastia Qin, que governou o país entre 221 a 206 antes de cristo.

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por noticiasdearqueologia às 22:49

Terça-feira, 12.06.12

IPT participa em projecto de arqueologia e arte rupestre em Angola

O Instituto Politécnico de Tomar encontra-se a coordenar uma campanha de cartografia arqueológia e documentação de arte rupestre no planalto do Ebo, na província de Kwanza-Sul, em Angola. Este projecto do Instituto Nacional do Património Cultural e do Museu Nacional de Arqueologia de Angola é fundado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Os trabalhos, onde se integra a investigadora do Instituto Terra Memória do IPT, Cristina Martins e outros arqueólogos angolanos, permitem ampliar os registos de abrigos pintados, identificar pela primeira vez gravuras e documentar diversas estruturas arqueológicas que caracterizam a região. As primeiras documentações desvendam a presença de pelo menos quatro horizontes de pinturas, associadas às comunidades de caçadores-recolectores. Participam ainda neste projecto a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o Instituto de Investigação Científica Tropical e a Universidade de Paris (Panteão-Sobornne), destacando-se a participação dos alunos do mestrado em Arqueologia Pré-histórica e Arte Rupestre (IPT-UTAD). A primeira publicação do projecto será editada em Setembro.


Fonte: (12 Jun 2012); O Mirante: http://www.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=54&id=51815&idSeccao=420&Action=noticia

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por noticiasdearqueologia às 22:46

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